quarta-feira, abril 28, 2004

Vermelhas trevas, Silêncio rubro, Modos ávidos.

O amor continua acabando você continua não cuidando. A diferença é que agora eu não me importo mais que você cuide de coisa nenhuma. Quero é sair. E estou sendo grave, você cuida sim, de um jeito muito estranho. Sem pequenas grandezas, sem entrelinhas, sem bonitezas, com costume, e costume aprendido. Sem surpresa. O costume me persegue. E dou-lhe a mão, sempre. Contudo, dizendo: vou contigo, mas sei quem és, sei onde me levas e sei voltar de lá. E que o amor se acabe todo, e que as loucuras sejam feitas aos outros olhos (tolos) em seu nome. Me servirás e nem sabe. Ainda. Porque queremos levar da vida coisas diferentes e isso se você já entendeu não me fez perceber. Tende a achar que eu deveria querer o mesmo que você (e nem percebe). Rio. Dizem existir dois tipos: os que vêm ao mundo a trabalho e os que vêm a passeio. Meu problema é ter de trabalhar, eu vim a passeio. Meu outro problema são as classificações, eu nunca me enquadro em nenhuma classe pura, se é que há alguma. E se é que há encaixe. Minha sorte é que você não me lê, e eu nem sabia que isso era sorte. Aliás, você não lê. Quero meu livro de volta urgentemente que meus livros são 'malacostumados', mimadíssimos. Quero hoje, quero agora. Dê. E fico tentando entender onde foi que a minha vida perdeu o rumo da sua, quando foi que elas brigaram, romperam os dedos e ficaram de mal. E fico pensando como não parecer egoísta, ingrata, má. E não me convenço de que sentirás essas coisas. Você é muito melhor que isso tudo. Não é? Pois. Isso fica para os coitados, mal sucedidos, às margens. Adoro marginais. Não entende? Foda-se. E obrigado, vou ter sempre com você essa dívida, que eu não pedi que você assumisse. Mas sei não é assim que o resto do mundo pensa, só eu. Eu lhe devo todo esse tempo isso tudo, mas você o fez porque quis, não lhe deveria ter gratidão. Contudo eu não sou o mundo e corro o risco. Ok, aceito o risco. aliás, nem há risco. Há mais evidência que risco. Ok, aceito as evidências. Quero da porra das mortes a mais hedionda. E cada dia isso faz mais sentido. Não às caixas de sapato marmorizadas superlotadas e sem nenhuma privacidade e bom senso. Não à todas elas: Não. Não a tudo o que não sai do canto. Não à geografia absurda das cidades. Não às lavanderias alheias dentro de nosso quarto hasta la muerte. Sin ternura alguna. E quando a gente não pode mais nem chorar sem ser importunado, interrogado, ajudado. Como se você não tivesse mais autonomia nenhuma sobre os próprios atos, como se a dor fosse proibida. Pois proíbam todas as notas agudas, todos as formas de pobreza, todo o desconhecimento, todo o costume. Porque as piores dores não são capazes de se fazerem vistas, não derramam lágrimas, não lhes diz o nome. As piores dores não são assim tão fáceis. Tolos. Creêm que só há o que tem um nome. Pois lhes digo, o que mais existe não pode ser nomeado. Proíbam o texto que não foge do tema. Proíbam as chuvas nas cidades. Proíbam a palavra que se repete no início de cada frase. Triste recurso estilístico, esse, mas é simples e faço aqui a minha ode à marginalidade. Proíbam toda proibição. Proíbam toda morte que não é a nossa, que é a que se sente. Proíbam toda divisão que não tenha nada de soma. Ou, se socialmente, o contrário. Proíbam todos os Eu não vou. Droga, deixe a dor. deixe - a - dor. E o que você faz? Porque sou sempre eu quem tem que dizer as coisas? O que você faz? Ora. Faça-me o favor de ser feliz com esse seu mundo ambientalizado em que todas as coisas funcionam perfeitamente e onde os problemas existem para serem solucionados e que é tudo muito fácil porque tu te obrigas a percorrer apenas linhas duras como as das caligrafias, que eu serei, se puder, com o meu que não faço idéia de como seja, e nem sei se quero. A sua realidade não é do tipo que eu inventaria pra mim. Tens sorte, passei por ti.

sexta-feira, abril 23, 2004

E é quando o mal humor maior do mundo resolve tomar conta de novo

Sem nenhum remoto semblante de um pingo sequer que seja de saco.

quinta-feira, abril 22, 2004

Só acontece comigo

ah tá.. o que é o que o amor não faz? Sabe a Samara Felippo? Pois é perguntem à Bia quem é mais bonita, Eu ou Ela? E Sabem a Helena Ranaldi? Pois. Entre Ela e Eu? Óbvio. Riam, riam muito, mas guardem algum pouco pro que ainda vem. Como eu dizia a Bia anda cada vez mais doida de amor, cada dia ela me sai com uma. Coisa de mãe. O que eu não sabia era que a Verônica sofria do mesmo mal:

Gisele Bündchen andando no calçadão de Ipanema sem que nada a detenha, de entradinha vermelha, cabelos soltos, musiquinha do Tom Jobim (acho) levando ela de um lado para outro. Todo mundo hipnotizado.

Minha mãe (que é uma pessoa normal): ô mulher bonita, né Verônica?
Verônica (num completo surto): é sim, só não ganha da Mirella.

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Eu (passada, depois que a minha mãe chega do sítio e me conta isso num acesso de GARGALHADAS): mãe, não seria melhor trazer a verônica num psiquiatra?

depois eu me toquei. amor não tem cura.

quarta-feira, abril 21, 2004

E sim, eu gosto da minha janela.
A morte desfaz as barreiras. Piazzolla me fez uma visita hoje. Se vivo, seria inimaginável. Não o vejo, não o toco, pois também não jamais o tocaria? jamais o viria de perto? Pois sim. O espírito não tem as conveniências do corpo. Veio, sentou na minha cama, abriu o maior sorriso. Estranho estar eu, viva ainda, confortável, limpa, ouvindo-o enquanto leio um bom texto, imaginando que existem sensações ainda melhores a não serem vividas. E enquanto tudo isso, o mundo, deveria, mas não pára. Acenderam-se quinze luzes no prédio da frente, e talvez se apagaram. O lixo não deixa de ser transportado, as crianças aindam gostam de balanços, mesmo hoje em dia, e mesmo que os dias tenham no rítmo vontade própria. O coração ainda bate ansioso à espera da próxima faixa, o meu, de música, o da moça do bonito cabelo de cachos, de pedestres. E é sempre esse movimento aparentemente vão que é o mundo, a vida, os sentimentos e as sensações.

segunda-feira, abril 19, 2004

queria uma frase, uma palavra que é o que dá o tempo, para dizer dos teus dois segundos de nota aguda que atravessa o peito.

quinta-feira, abril 15, 2004


que mico...

quarta-feira, abril 14, 2004

Se as meninas do Leblon não olham mais pra mim

Rá. Só me faltava mais essa. Eu de óculos.