domingo, outubro 31, 2004

- É impossível.
- Porquê?
- É impossível porque quando digo que é impossível, você não questiona nem pede pra tentar.

terça-feira, outubro 26, 2004

Uma vez uma senhora precisou atravessar a rua. Observava os carros cruzando o olhar nas três faixas que a separava do lugar onde daqui a pouco teria de estar, tentando pensar em um estratagema. Ela gostava bastante dessa palavra, estratagema. Para ela que nunca havia tirado o pé daquela casa, que vivia alí desde menina, depois moça, os namorados é que vinham, depois filhos, eles é que iam, para ela, que a cidade foi quem chegou em sua casa, esta palavra dava uma sensação aventuresca, como se de repente, ela fosse uma agente envolvida em algum mistério.

sábado, outubro 23, 2004

Mais qu'est-ce l'amour? Il entre dans mon particulier, dans chez moi et je m'effraye.

Un jour nous réveillons et avons changé tout.

terça-feira, outubro 19, 2004

cheiro bom de pólvora.

Todo mundo tem uma história que gosta de contar sempre. Sempre que alguma coisa lembra a tal história. Eu gosto de contar a de como surgiu a letra j. Quem me conhece sabe, foi um monge copista, que fatigado de tanto escrever, já bem tarde da noite, durante um cochilo na letra i, desceu o braço.

As coisas não precisam de você. Quem disse que eu tinha que precisar? E o Farol da Ilha só gira agora por outros olhos e armadilhas.

sexta-feira, outubro 15, 2004

hoje em frangalhos.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Esta tinha de beleza, em contrapartida, era os seus olhos, olhos pretos como azeviche que olhavam-nos bem oposto.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Eu tô boa de aparto. Tá ficando bem fácil esse negócio de se desfazer das coisas. De deixar a festa quando ela não é minha. De entender quando eu não ganhei (ou, quando eu não ganhei o que eu esperava ganhar). Tenho conseguido fazer reparos, também, mesmo que sejam reparos como os que fazemos nas árvores quando estas têm galhos podres. Ainda assim, reparos. Até dos bilhetes, eletrônicos, na maioria, mas ainda assim bilhetes, que perduravam séculos rondando a minha pena de apagá-los. Hoje os bilhetes saem porque outros entram, nem mais lindos, porque seria hipocrisia e ilusão pensar assim, mas outros, hoje, mais meus. A vida vai engraçada, não chora mais em comédia romântica, diz que tá curada. Vai à praia, perdeu já duas calças da cintura mais magra. Dia 15, mesmo que não apareça o nome na tal lista, não importa, fez-se a parte. E tem estado imensamente mais forte. Estranho isso até, porque já achava que era forte o suficiente pra tudo o que quisesse fazer. Era nada. Nem sou ainda, não me engano mais. A ausência ainda me ronda, como um fantasma agourento, mas hoje eu tenho provas de que é possível estar perto quando se está longe, e que pode-se estar ao lado e a quilômetros de distância. Hoje sei mais que nunca que eu não errei, que eu não estava enganada, que o que eu imagino existe. O resto eu deixo para as retrospectivas de fim de ano. Aida é muito cedo.

quinta-feira, outubro 07, 2004

2004 está sendo um ano muito estranho. Ainda estou tentando entender.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Macário é um nome bonito.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Uma vez ouvi - eu tenho quase certeza que ouvi - que de perto todo mundo é feio. Não sei quem foi que pôde dizer uma besteira dessas. De perto todo mundo é é lindo.