sábado, maio 16, 2009

meus olhos nos dela e ela me fita como se mais me soubesse, como se eu fosse vidro, cortina d'água, minha imagem toda entre-pálpebras e eu tingida de um vermelho tenso como se estivesse nua.

quinta-feira, maio 14, 2009

cacos

Sempre tenho um certo medo bastante compreensível quando meu corpo me pede para voltar a dançar.

Despertei de um cochilo no meio do dia, num sobressalto, iluminada, como se naquele instante soubesse exatamente o que era a morte.

Fecha a porta, morena, me sorri esses dentes mais brancos que o copo de leite, e abre somente as persianas da janela para que o sol pouse devagar em teus olhos amarelos.

Sabe, o espírito, ninguém diz, mas tem um tamanho, ocupa como eu e você, a água, o ar e o inferno, um lugar no espaço. Ele escapa, ele aperta, ele encolhe, ele expande, ele atravessa, mas não ultrapassa, salvo engano, na maioria dos corpos. Seu tempo tem bem mais de três ponteiros, que o regem como um cabresto, isto é o espírito. A paz do corpo, me parece, é quando ele cabe como um sapato de número certo.

livre para fracassar.

segunda-feira, maio 11, 2009

Es un pedazo del alma que se arrcanca sin piedad.

Hoje choveu abruptamente em Belo Horizonte e eu estava desprevenida. Acredito-me também míope, ou astigmática, ou há dias a medida em que anoitece a cidade tem se transformado em algo que não reconheço. Deveria ter deixado fechada a porta da dispensa escura, suja e fria, onde escondo alguns caminhos.