quarta-feira, dezembro 22, 2010

Naturezas como a sua, possuidoras de sentidos fortes e delicados, os anímicos, os sonhadores, os poetas, os amantes, são diferentes de nós, homens do espírito, e nos são quase sempre superiores. Vossa origem é materna. Viveis na plenitude e a vós foi dada a força do amor e da vivência. Quanto a nós outros, seres espirituais, embora pareçamos estar frequentemente vos dirigindo e vos governando, não vivemos na plenitude e sim na aridez; a vós pertence a fartura da vida, a vós o suco das frutas, a vós o jardim do amor, o belo país das artes. Vossa pátria é a terra; a nossa, a idéia. Vosso perigo está em vos afogardes no mundo dos sentidos; o nosso, em sufocarmos no vácuo. Você é artista; eu, pensador. Você dorme no regaço materno; eu acordo no deserto.

terça-feira, dezembro 21, 2010

Goldmund, sem vacilar, deu sua palavra de honra. Havia uma honra do Convento e uma honra entre os colegas e muitas vezes as duas entravam em conflito; ele sabia disso, mas como em todo lugar as leis não escritas são mais fortes do que as escritas, ele, como aluno, jamais se subtrairia às leis e conceitos de honra dos colegas.