XII
Serena face
distanciando
o meu desejo.
Tão longe estás
que já nem sei
o que te assombra
alga ou areia
mar ou lampejo
de desencanto.
A minha boca
emudeceu.
Se retornando
não a encontrares
pensa no amor
chama e soluço
que se perdeu.
Solto os cabelos
e fico à espera.
Mas sobre mim
como na morte
crescem as heras.
segunda-feira, dezembro 19, 2016
domingo, dezembro 18, 2016
quinta-feira, dezembro 08, 2016
I
Amar um passarinho é coisa louca.
Gira livre na longa azul gaiola
que o peito me constringe, enquanto a pouca
liberdade de amar logo se evola.
É amor meação? pecúlio? esmola?
Uma necessidade urgente e rouca
de no amor nos amarmos se desola
em cada beijo que não sai da boca.
O passarinho baixa a nosso alcance,
e na queda submissa um vôo segue,
e prossegue sem asas, pura ausência,
outro romance ocluso no romance.
Por mais que amor transite ou que se negue,
é canto (não é ave) sua essência.
Amar um passarinho é coisa louca.
Gira livre na longa azul gaiola
que o peito me constringe, enquanto a pouca
liberdade de amar logo se evola.
É amor meação? pecúlio? esmola?
Uma necessidade urgente e rouca
de no amor nos amarmos se desola
em cada beijo que não sai da boca.
O passarinho baixa a nosso alcance,
e na queda submissa um vôo segue,
e prossegue sem asas, pura ausência,
outro romance ocluso no romance.
Por mais que amor transite ou que se negue,
é canto (não é ave) sua essência.
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