domingo, abril 06, 2003
Eu gostaria de uma pessoa que estivesse comigo, junto. Que soubesse tanto de mim quanto eu mesma pra me dizer o que eu quero, o que eu sei, o que fazer. Ou que dissesse de vez em quando que é assim mesmo, que desse jeito está bom. Que respondesse de mim o que eu não sei, ou simplesmente não quero responder, normalmente aos outros. Que pegasse na minha mão e olhasse nos meus olhos e me mostrasse como não há nada demais na vida, que é simples, que a gente vive e não precisa ter vergonha ou medo. Alguém que me ajudasse a organizar a mente, o guarda-roupa, as gavetas, os arquivos no computador. Que entendesse as minhas prioridades. Que não dissesse “Não chore”. Ou que soubesse o jeito certo – que nem eu sei – de me dizer as coisas sempre, ou que, pelo menos, o jeito certo de me esquecer de vez em quando. Alguém que só estivesse, como os amigos imaginários da infância. Que acompanhasse, compartilhasse, assistisse, mas que saísse de dentro de mim, que fizesse parte de mim. Que fosse tão meu quanto eu mesma.
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