domingo, janeiro 18, 2004

Hoje eu encontrei o meu livro do Rouxinol. Claro, ele tinha título, autor, mas à época eu não sabia, até poderia, mas não sabia, e ele era o meu livro do Rouxinol. Não lembro mais qual era a época também, lembro que faz tempo e que não sabia que tinha as coisas que tem, mas não lembro muito bem quando isso acontecia. No entanto, lembro exatamente a felicidade que me trazia.

I - Eu

- Sou.
Eis o enigma.
Pássaro, gente ou cousa, não importa.
No meu caso, o milagre se operou, como no caso de todo milagre, de maneira extraórdinária, pois ora sou ave pequenina ora alguém de alma e corpo, à imagem e semelhança de Deus.
No mundo, todos precisamos, para representar nossos papéis, de um disfarce ou de uma caracterização.
Que quer dizer eu?
A individuaidade metafísica de cada pessoa?
Não me posso explicar. Sou dois em um só. Melhor: dois corpos diferentes para uma só alma verdadeira.
O mistério me envolve, como a túnica de todos os homens.
Sou.
Ora ave, ora alguém, que eu mesmo batizei de Pedro.

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