quarta-feira, março 30, 2005
terça-feira, março 29, 2005
As "crianças" têm uma facilidade com o inglês que me incomoda. Não a facilidade em si, mas é que parece que é só o que chega, o que explica, o que é do tempo. Títulos, apelidos, expressões, emoções, comoções. Tudo bem, vamos lá incorporar as coisas do mundo - e aqui longe do discurso da importação (ou do importamento), do imperialismo, etc. -, sejamos mesmo cidadãos do mundo, mas que eu acho, eu acho, estranho chegar assim tão bem, como se a bagagem fosse mesmo essa, como se o mundo fosse mesmo o seu, e esse, o do anglicanismo. Enfim, das muitas uma, ou eu sou chata, ou eu sou preconceituosa, ou eu sou quadrada, ou eu sou metida a patriota, ou eu tenho daqueles discursos infantis e retrógados que atravancam o progresso, ou eu odeio mesmo o inglês, ou alguma coisa vai muito estranha, o olho anda muito (só) lá fora.
segunda-feira, março 28, 2005
Sim, você usa cada músculo do seu corpo. E sim, você é capaz de sentir cada um deles. Não só os músculos. Cada osso, nervo, entranha, pêlo, dente, unha. E tudo pode ser que dôa, e às vezes ao mesmo tempo, impressionantemente. Não sei como eles conseguem, todos assim ao mesmo tempo. E para o seu azar, você também é capaz de sentir cada uma dessas dores, distintamente. Nunca na vida que eu quero ser atropelada.
sexta-feira, março 25, 2005
quinta-feira, março 24, 2005
Gosto mais de curvas. Gosto mais de colorido nos tons magenta. Gosto mais da repetição quando ela é freqüência. Gosto mais dos femininos muito embora os masculinos sejam mais fáceis. Gosto mais do analógico antigo arcaico, não por resistência ao novo, mas pela fascinação da física que estes necessariamente empregam. Gosto mais das curvas. Nos sons, nas urgências, nos apertos, nas fronteiras, na natureza. Gosto das sobreposições, sucessões, evoluções. Mas também dos declínios, das sonolências, dos envelhecimentos. Gosto quando sobe, quando desce, quando rodopia, quando pulsa, despenca, explode, lança. Só não me peça, não me peça, para ver beleza no que não se move.
quarta-feira, março 23, 2005
Leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade e consistência. Preciso aprender cada uma delas. A começar, mesmo, pela leveza. Talvez perdida, ou nunca tida, e, só agora, por mim, percebido que. A capacidade de conseguir leveza no emaranhamento. No sonho latente. Latejante. No erro. A destreza de não encarar com dureza as situações duras, difíceis, indesejáveis e inevitáveis. Os terrores. Os nãos. A força de não precisar de muralhas, de tropas, de portes, de argumentos irrefutáveis. De pensamento prévio acerca. A leveza de ir só vivendo, como acho que já pude um dia, e acontecendo no entremeio das sucessões dos fatos. De descer pra cá, de branco, descalço, o pé, sorriso, e se deixar ficar.
Mas também carece de leveza a espera de que a leveza chegue e se deixe ficar.
Mas também carece de leveza a espera de que a leveza chegue e se deixe ficar.
terça-feira, março 22, 2005
domingo, março 20, 2005
Tout est calme
Lajkó não pode ser música de fundo para escrito nenhum. Porrada demais. Ainda mais quando não se (h)ouve faz tempo. E eu acho os aplausos tímidos até. Queria era ver fosse eu.
Já Cartola, que é de um dengo tranqüilo, um sorriso, até pede que não se saia do lugar e acompanhe, só, a tal cadência. Mas cadê pensar em outra coisa que na pertinência da melodia e na completude simples do que bobagem, as rosas não falam. Tem samba que devia ser choro.
J'y suis jamais allé, me põe um balanço preso ao umbigo, brinca forte, alto, como criança traquina. E termina quase antes. Ou antes, termina, quase.
Você é indescritível. Não sei quem é, a que veio e o que causa em mim. Só a folia é certeza. Over the water, Dresch Quartett.
Piazzolla insiste em fazer diálogos. Impressionante. Mas às vezes acho que só eu posso ouvi-los. Algo como A Roupa Nova do Rei, às aversas.
O que eu mais gosto em você é de não saber de nada sobre ti. E gostar apesar disso e mesmo assim. Ou por isso mesmo. Enfim. É tudo estranhamento. Estranhamento bom. Guardo o dia que Mônica te esqueceu aqui.
Pois então saibas que não desejamos mais nada, a noite e a lua prateada, silenciosa, ouve as nossas canções e brilha no alto do céu, onde fazemos nossas orações. Eu diria mesmo que a felicidade aqui mora e as outrasescolas até choram invejando a tua posição. Oui, Cartola.
Pas si simple poderia até ser de caixinha de música. Não o é porque certamente impediria a mocinha de sair, borraria sua maquiagem e lhe mudaria o curso da vida. Para sempre.
Meu amigo, se ajeite comigo e dê graças a Deus. E agradeça ao Senhor, você tem o amor que merece. Chico é o senhor, ou ele ali, ou aquele outro. Eu não.
Eu sempre gostei dessa mistura de fúria e delicadeza. 4 Cellos tem isso na minha medida exata. Quase como água para chocolate.
Destroyer. Como o nome já diz. A mim. Mais que folia, mais que desespero, mais que urgência, mais que. Chega me dói o controle do corpo, depois.
Mas ainda não inventaram como a cuíca.
Lajkó não pode ser música de fundo para escrito nenhum. Porrada demais. Ainda mais quando não se (h)ouve faz tempo. E eu acho os aplausos tímidos até. Queria era ver fosse eu.
Já Cartola, que é de um dengo tranqüilo, um sorriso, até pede que não se saia do lugar e acompanhe, só, a tal cadência. Mas cadê pensar em outra coisa que na pertinência da melodia e na completude simples do que bobagem, as rosas não falam. Tem samba que devia ser choro.
J'y suis jamais allé, me põe um balanço preso ao umbigo, brinca forte, alto, como criança traquina. E termina quase antes. Ou antes, termina, quase.
Você é indescritível. Não sei quem é, a que veio e o que causa em mim. Só a folia é certeza. Over the water, Dresch Quartett.
Piazzolla insiste em fazer diálogos. Impressionante. Mas às vezes acho que só eu posso ouvi-los. Algo como A Roupa Nova do Rei, às aversas.
O que eu mais gosto em você é de não saber de nada sobre ti. E gostar apesar disso e mesmo assim. Ou por isso mesmo. Enfim. É tudo estranhamento. Estranhamento bom. Guardo o dia que Mônica te esqueceu aqui.
Pois então saibas que não desejamos mais nada, a noite e a lua prateada, silenciosa, ouve as nossas canções e brilha no alto do céu, onde fazemos nossas orações. Eu diria mesmo que a felicidade aqui mora e as outras
Pas si simple poderia até ser de caixinha de música. Não o é porque certamente impediria a mocinha de sair, borraria sua maquiagem e lhe mudaria o curso da vida. Para sempre.
Meu amigo, se ajeite comigo e dê graças a Deus. E agradeça ao Senhor, você tem o amor que merece. Chico é o senhor, ou ele ali, ou aquele outro. Eu não.
Eu sempre gostei dessa mistura de fúria e delicadeza. 4 Cellos tem isso na minha medida exata. Quase como água para chocolate.
Destroyer. Como o nome já diz. A mim. Mais que folia, mais que desespero, mais que urgência, mais que. Chega me dói o controle do corpo, depois.
Mas ainda não inventaram como a cuíca.
sexta-feira, março 18, 2005
quinta-feira, março 17, 2005
quarta-feira, março 16, 2005
segunda-feira, março 14, 2005
quinta-feira, março 10, 2005
quarta-feira, março 09, 2005
terça-feira, março 08, 2005
Meus dentes já se foram. Prevalece a petulância. Eu já sei que a obra vem depois do autor. Porra de filosofia. Porra de passe livre. O importante é a dança. hay quien no baila en la habana. A dança. Bandeiras, tarifas, movimentos populares. Desimportância. O que ela entende por problema imediato? O que ela entende por passe livre? Revalidação? E o peito? Douglas me lembra capitu. Gosto mais assim, com as pontas dos dedos dormentes. Douglas é um reacionário. Segunda decepção com posicionamento político de preofessor de literatura. Já já a classe cai em descrença. Mas ele fala do narrador. Das histórias. E termina tudo bem. Porque dentro da menina ainda há dança.
sábado, março 05, 2005
- Porque isso agora?
- Porque de tudo ficou um pouco.
- Não muito. Ficaram poucas roupas, poucos véus rotos, pouco, pouco, muito pouco.
- Se de tudo fica um pouco, mas porque não ficaria um pouco de mim?
- Do teu áspero silêncio, um pouco ficou.
- Da rosa ficou um pouco...
- Ficou um pouco de ruga na sua testa.
- De ternura ficou um pouco.
- Mas de tudo terrível fica um pouco: do meu medo, do teu asco, dos gritos gagos.
- Fica um pouco do teu queixo no queixo da tua filha. Um pouco de mim, de ti, de Abelardo...
- ...deste vidro de relógio partido em mil esperanças, do maço vazio de cigarros.
- Abre os vidros de loção e abafa o insuportável mal cheiro da memória!
- Ficou um pouco de tudo.
- Fica sempre um pouco de tudo.
- Às vezes um botão, Às vezes um rato.
- Porque de tudo ficou um pouco.
- Não muito. Ficaram poucas roupas, poucos véus rotos, pouco, pouco, muito pouco.
- Se de tudo fica um pouco, mas porque não ficaria um pouco de mim?
- Do teu áspero silêncio, um pouco ficou.
- Da rosa ficou um pouco...
- Ficou um pouco de ruga na sua testa.
- De ternura ficou um pouco.
- Mas de tudo terrível fica um pouco: do meu medo, do teu asco, dos gritos gagos.
- Fica um pouco do teu queixo no queixo da tua filha. Um pouco de mim, de ti, de Abelardo...
- ...deste vidro de relógio partido em mil esperanças, do maço vazio de cigarros.
- Abre os vidros de loção e abafa o insuportável mal cheiro da memória!
- Ficou um pouco de tudo.
- Fica sempre um pouco de tudo.
- Às vezes um botão, Às vezes um rato.
Assinar:
Postagens (Atom)