sexta-feira, maio 06, 2005
Eu tenho vinte e três anos. O que não é muito, mas também já não é pouco. Eu fiz uma faculdade. Comunicação Social, que não me pesa mais quase nada, se eu comparar com o fardo que era fazê-la. Eu passei dois anos entre o ócio, a depressão, as tentativas frustradas, os sonhos estagnados, uma colação e um vestibular. Eu tenho vinte e três anos e tem um ano que pareceu maior que os outros vinte e dois. O que não é muito, ainda, mas também já não é o tão pouco quase nada. E, as coisas agora parecem acontecer "de carrada", como diz mamãe. E quando olho para os meus pés vestidos em chinelas havaianas ciano e rosa às dez e trinta da manhã de uma sexta-feira, não consigo evitar de lembrar (ou imaginar, já que a lembrança parece necessitar da experiência do fato recordado) dos pés tancafiados em sapatos apertados, às dez e trinta da manhã de uma sexta-feira minúscula. Eu sempre penso, nessas horas, se estou onde deveria estar. Vinte e três anos nào é mais tão pouco assim, o mundo chama, há uma mão na rua da vida, bem sinalizadinha, com uma setona enorme apontando severamente o sentido que se deve ir. Mas nem a vida impede que anoiteça. E, na noite, toda contra-mão é possível. Eu adoro contra-mão.
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Um comentário:
A contra-mão te adora.
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