- Não.
Porque é assim que começam todas as histórias?
- É que...
E continua, sempre, desnegando as coisas.
Busca uma forma, uma composição quem procura vênus no céu e fica em dúvida, quase sempre, entre aquelas duas estrelas que anoitecem antes das outras.
A mesma coisa sobre quem vê em nuvens elefantes, anões, navios. É uma arte essa de dar forma às nuvens. E, ao contrário do que costumam dizer, não passa com o tempo. Muda, mas não passa.
O que passa, estática, é a imagem na meia janela do ônibus que fede a pressa.
Eu pensava essas coisas enquanto voltava para casa. E em muitas outras: eu não consigo acompanhar o fluxo das associações de meus devaneios tolos. Devo ter refletido um pouco mais sobre a minha infãncia e os níveis de poluição entre a nuvem-elefante e a ladainha rachada do sacolejo do coletivo. Mas creio nenhuma delas ter alguma importância agora.
O ônibus é uma cidade confinada.
2 comentários:
Como quem checa:
"Clarice...?"
[]'s
que lindo!
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