É que eles, naquela época deles, tinham uma potência nas mãos. Eram as palavras. Eles as tinham, todos, em euforia. Eram como gigantes com as palavras. E as coisas ditas e não ditas, delas eram feitas poesias.
Hoje eles parecem saber ainda mais o que fazer com as mãos. Como se agora fosse ato, velado e sapioso, dentro deles, e fora, quando a euforia - que já nem mais era exatamente - entrava em ebulição, seguiam-se rios, jorros de significados, potentes solicitações só percebidas por olhos já acostumados a estas abundâncias e com mãos já sabidas de transformar em palavras aquilo que poderia ter sido simplesmente dito, sem nenhuma beleza.
E aqueles dois talvez sigam ainda confundindo gêneros, mas aprendendo a separar algo que antes não existia. E creio eu, assim de fora, quase onisciente, que serão protagonistas ainda da mesma história que quiseram tecer, caso eles dois ainda se compreendam.
2 comentários:
Carece de ter fé.
Carnaval bonito o desses dois.
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