terça-feira, novembro 15, 2011
quinta-feira, novembro 10, 2011
Era loura. Tinha uns olhos azuis de partir o coração. Passava uma pintura preta na pouca pálpebra que tinha, e me intrigava, porque do pouco que entendo de perspectivas, isso deveria diminuí-las. Entretanto, nela acontecia o oposto, se lhe abriam, abriam um espaço como todo o universo ao redor do azul da terra. Falava português puxando um x, e eu sabia que em tudo me compreendia, mas punha uma cara de quem pensava em outro sistema: era sua habitual estratégia para me intimidar. Um dia ainda lhe digo, desvio meus olhos da imensidão dos seus e lhe digo: sua cidade vai ser sempre uma pequena revolta dentro de mim. E caso me pergunte, não lhe direi o porque.
terça-feira, novembro 08, 2011
domingo, novembro 06, 2011
Tomas dos zapatos vacíos. Que tengan mi talla, que sean de mi color. Te los pones. Bailas como si yo estuviera delante de ti. Me sonríes, el brazo acomodado sobre mi brazo. Evocas la presión de mi mano en tu cintura. La música es alegre, toda la alegría posible en cada detalle para impedir que mi ausencia se cobre el precio con la melancolia. Al menos así, finalmente bailo bien, no peso, soy liviano ágil perfecto, como si no estuviera.
Herança
Te tenho todo
e te tenho que
deixar.
Escolho um banco
de estação
de trem
do ano.
Te deixo no outono
interminável
uns pedaços de pão
pros pombos
para João
que talvez ainda venha
este ano.
Solto um agudo
o vagão se desprende
um trem que não sai
então te reconheço:
todo esse tempo
- você me diz -
e não faz mais que uma madrugada
que tento conciliar
você e o sono.
e te tenho que
deixar.
Escolho um banco
de estação
de trem
do ano.
Te deixo no outono
interminável
uns pedaços de pão
pros pombos
para João
que talvez ainda venha
este ano.
Solto um agudo
o vagão se desprende
um trem que não sai
então te reconheço:
todo esse tempo
- você me diz -
e não faz mais que uma madrugada
que tento conciliar
você e o sono.
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