quinta-feira, maio 31, 2007

é que alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho.

segunda-feira, maio 28, 2007

você não vai morar mais nem na minha varanda.



é tudo questão de tempo.

quinta-feira, maio 24, 2007

.sextas.

quero um banho de luz negra.
uma saia rodada.
três limões de tequila.
olhos fechados.
nenhum ruído dentro.
e outros que nem eu.

segunda-feira, maio 21, 2007

das revoluções de junho e julho.

mas eu queria mesmo era que passasse logo.

sábado, maio 19, 2007

cartinha, pra do futuro:

Ele tinha razão, Luana
Uma porta que se fecha jamais se abre novamente.
Pelo menos as portas que valem a pena.
teste
e não feche, não feche as portas.

E do lado de cá
Só posso dizer que minha gaiola tá dando certo.
Seja lá o que seja o certo de uma gaiola.

quarta-feira, maio 16, 2007

só porque preciso dizer:

Nat, você e esse bonito amarelo, fizeram uma revolução na minha vida que não sei nem dizer.

domingo, maio 06, 2007

direto do recife.

Penso em um círculo de zona temperada. Vejo a minha "italiana", sua torneira no meio da sala, um jardim e alguém à porta. Porque cismo em achar que serei igual? Minha vida tem dois anos, dois instantes que reconheco e também o mesmo saturno rondando minha casa. Minha cidade anda marcada, quase-derme, mágoa, mácula, roncha, acne, cravo, cicatriz. A voz olho azul profundo dele dizendo você vai ser mais feliz longe daqui. A felicidade recobrando aos poucos, embora intolerante, talvez desde até sempre a partir de então, feio isso, mas verdadeiro, intolerante deste ponto até o fim da nossa reta. Porque tive o rico entendimento que o tempo é meu. Que meu tempo lento é meu. Que quero o macio, meu bem, a verdade de ti, de mim, mais palavra. Desenrola as palavras, estende teu tapete para elas. Aprendi além, quase equeço, que somos sós, insisto nisso desde vinte de fevereiro. O laço é criação, não existe senão na vontade de se enlaçar. Sou solitude em mim, e a prezo, como cuido, também, prometo, para que não caia no despredimento. Quer dizer, cuido desde que e enquanto, há a condicão. Interessante essa história de tomar a rédea da vida, do tempo, da textura, da cor, da solitude: não é preciso que se faça nada para isso, apenas que se seja. Idéia muito rara. Tento já há alguns anos, desde que soube com o entendimento da mente; mas agora é bem mais possível, porque entendi com a experiência o que leigamente se fala por aí de cuidar de seu jardim. É exatamente isso, minha italiana, ser é cuidar do seu jardim. As joaninhas, também, é exatamente como diz sua amiga loira da fonte, elas vêm quando você menos espera. Eu vou ser mesmo mais feliz longe daqui, se o lugar onde eu for, não exista competicão pelo olhar do outro, ou que não se olhem uns aos outros tão só pelo que deles se mostra. Acho que vai ser um lugar velho, de contra-mão, deboche dos anúncios, das gentes se vendendo como bacanas, indispensáveis, gostosas pecas de lombo e coxa. Vai ser velho e fértil, e as preocupacões serão mais essenciais. Se você vem ainda será uma surpresa que espero ter. No meu caso, eu continuo tentado limpar minhas ervas daninhas. Tirar do peito as lembrancas que não quero ter mais. As que me dóem e alertam. Não quero mais alerta porque quero viver de verdade, e a verdade, se for verdadeira mesmo, vem, acredito nisso. Como também acredito no amor que espera, na poesia no meio da vida, na crianca livre, nos nossos círculos de atuacão para a melhora do mundo, que se colhe exatamente o que se planta, que palavra é semente que não se perde (muito cuidado com ela) e que se está muito complicado e não encaixa é porque não tá certo, o certo é muito simples. Também acredito num mundo menos violento, quase inumano, fantasioso, onde as paixões venham depois do amor. Aí se você me pergunta se é tudo isso que espero desse novo lugar, mesmo que seja muito ingênua essa confissão, terei que lhe responder que sim. E espero ainda muito mais. Espero, por exemplo, não correr, não me sentir andando em círculos, não participar da ordem mundial. A ordem mundial não sabe o que quer. Espero que seja pacato, florido, gentil e delicado. Gentileza e delicadeza, cuidado mesmo, são coisas quase extintas no mundo. Por isso fui falar com ela no meio da festa, sem mais nenhuma dor, porque andava de cara amarada: amor na frente das paixões nos dá a possibilidade de fazer isso. E senti uma enorme felicidade. Não compito, por isso fui. Eu sou uma casa aberta, entra quem me quer, quem não quer que se vá. Queria que ela entendesse o tanto de interferência que não tive. É isso que sou agora, uma pessoa que arruma a casa, por mais difícil que seja. A outra - e as coisas que ainda descobrirei - não tardará a não ser mais uma pontada repentina no meu orgulho, essa dor torta no peito. Não quero mais carregar nada disso. Não preciso, na verdade, de nada disso. E, como bem me foi dito, as almas encontram suas iguais. Sendo assim, não tenho que ter medo de muita coisa.