quinta-feira, setembro 28, 2006

chega.

quarta-feira, setembro 27, 2006

eu tenho algum lugar no mundo?

quem seria eu no desconhecido?

o que eu inventaria se não houvesse mais nada para fazer?

o que eu faria se não houvesse mais ninguém?

do que eu gosto?

em que acredito?

qual a importância das coisas que acreditamos?

quanto custa viver?

eu às vezes gostaria de ser uma pessoa diferente, que se importasse com outras coisas, que especulasse um pouco menos e fizessem menos estratégias para viver, mas eu sendo eu mesma, vejo nisso algum charme.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Ensinamentos do samba

"Nunca tenha medo do seu inimigo quando não é você que começa a brigar. Também não ande de cabeça baixa e derrotado, pois nem tudo o que cai do céu é sagrado."

"Pois como já dizia nosso amigo Charlie: devagar também é pressa e o apressado come cru."

"Remédio só é bom quando se sente dor, não basta querer bem sem ser amor."

segunda-feira, setembro 18, 2006

Menina bonita não chora

existe uma hora que o ser humano percebe que na verdade as possibilidades não são tantas assim. nessa hora ele tem duas opções: comodismo ou invenção.

algumas sensações são impagáveis. uma delas é samba, 21 anos e luz negra.

eu tenho o universo dentro da minha cabeça.

tenho me tornado uma pessoa destemida. destemida e anárquica. quase uma criança: o mundo todo meu.

assim, são poucas as fivelas, as areias movediças, os chicletes no sapato e as vontades de ficar. a barriga tem um liquidificador que canta jorge ben.

e sou uma pessoa adepta das latinidades, dos destilados e do dia, do dia e do dia. uma pessoa que tem vontade de correr com metade das pernas nas primeiras ondas em uma maré cheia com a cadela. uma pessoa urgente de juventude e felicidade.

tem quem não saiba, mas a minha fruteira ainda tem visão privilegiada.

é assim
com ela:
cada porta
uma janela.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Mientras olvido

Se te perdesse agora, iria me sentir no sótão de uma casa. Minhas caixas todas são de pertences antigos, de uma vida que não existe mais. Eu me sentaria em uma cadeira de balanço e esperaria. E o dia inteiro seria daquela hora do entardecer quando a luz já rareia, quando os contornos se apresentam mofados e as plantas já cheiram um pouco seco.

Não haveria mais movimento. A vida, agora, para dentro, obrigaria a conhecer a nova coisa que havia me tornado, os novos percursos que passaria a fazer sobre a terra e a encarar um espelho furioso. Fecharia as cortinas e só então perceberia o cheiro boloso da naftalina.

Se passasse pela porta e não desse com a vista mais nenhuma vez para trás eu lhe passaria a chave. Tornaria o olho para as mãos ressequidas, correria com a unha ao dente. Aposentaria o vestido plissado, as contas do colar que esperam conserto na caixinha de prata descascada.

Abriria lentamente a tampa da vitrola, escolheria o melhor Gardel, deixaria o agudo ferir sem piedade meu peito já tão vermelho. E a aflição embalsamada tomaria teu lugar na casa.

sábado, setembro 09, 2006

ok.ok. eu ia me fazer de besta, mas vou compactuar com gabriel e jordana. minhas seis características:

- eu não deixo a peteca cair.

- eu quase nunca sei.

- eu sonho demais.

- eu tenho medo de amar demais.

- eu choro, apesar de ninguém saber.

- e eu já aprendi. é um dia de cada vez.

e passo pra frente com: , lua, paulinha, diana, caio e suyá.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Há uma casinha, em algum lugar, e uma plaquinha escrito: Mirella.

Um jardim embaixo da janela, verde, novo, nove-horas, cidreira, alecrim. Paredes brancas, louça desigual, cama no chão, colchão alto. Caneca de água de porcelana. Janelas de madeira, persianas, igual da casa de praia. Sem tapetes, esteiras, só. O tempo nas paredes, as coisas, os amores, os quereres, os afazeres, não, estes na geladeira, nela mais fácil lembrar devido a estranha mania de contemplá-la.

Terá que ter vento nessa casa, espalhando tudo, porque casa bonita tem que ter espalho de coisas pelo meio, onde a gente anda achando coisas, olha só aquele bilhete daquele dia, eu tinha que ter ido ao oculista, que foto linda essa, com o canto marcado pelo pé da cadeira, onde a gente anda assim, tendo surpresas.

Também não pode - nunca - faltar um cão, cadela, melhor, pronto, resolvido, cadela. Não existirá casa sem cadela. E a casa vai ser dela mesmo, tanto quanto minha, toda, qualquer espaço sem restriçoes. Dói ver bichinho lutando contra a vontade. Quer subir, meu amor, suba, amo mais você, incomparavelmente. Além do mais, para quê serve uma cama?

Vou precisar de estantes, hoje poucas, mas até lá, certeza de serem muitas. Vou pedir a da vizinha que vai mudar. Tá lá, encostada no corredor, custa nada, se ela disser não, vai dar no mesmo, o não eu já tenho. Se ela disser sim, eu a levo para o sítio, e ela fica lá, esperando por mim, o que também dá no mesmo, visto que ela espera a vizinha a bastante tempo encostada lá no corredor.

Na minha casa, mais madeira. mesa, cadeira, pilão, gaveta. tudo madeira cor de madeira.

Música o dia inteiro, no silêncio, só ela, preenchendo meus passos descalços. Minha televisão só passará os filmes perdidos no cinema - ou nem apresentados, que a localidade é atrasada, uma província difícil -, ou em caso de algum desses frequentes percursos inversos que fazemos para tentar entender o que aconteceu no mundo antes de a gente chegar.

E, um eu estatelado na cama, sem entender o que as pessoas fazem tanto lá fora.

segunda-feira, setembro 04, 2006

trem bão

Agora é tarde, não dá para adiar a viagem
João tem três anos de idade
Não quero merecer outro lugar

joão é o nome do meu sonho, vou chamar ele assim por sugestão da vanessa. ele tem três anos saturninos de idade. e não quero merecer outro lugar que o que eu irei.

Volto quem sabe um dia
Porque os trilhos já tiraram do chão
Olho as tardes, vivo a vida
Nada é em vão

furacão

pense pelo lado bom. pense pelo lado bom.

sábado, setembro 02, 2006

.daqui prali

vá com calma, menina, se é que posso te dar algum conselho, sei nem se você me lê. um dia, depois outro, quando passar mais este, um outro, diferente. experimenta algum freio, trem de alegria, azul, marinho. esse mundo tende a adoecer a nossa alma, mas a gente tem obrigação de tentar resistir. e quando apertar, pense na cor da paz. não aguento ver tanta dor assim em lugar nenhum. e um segredo: ser alegre vale sempre mais a pena. nada é mais eficiente nessa vida.