sexta-feira, janeiro 31, 2003

e só eu sei o quanto odeio vc a cada dia que passa.
para desentristecer o meu coração tão só, basta eu encontrar você no caminho..

terça-feira, janeiro 28, 2003

hoje todo mundo chama o meu pai de Adriano. tanto que quando eu era criança eu achava que era mesmo o nome dele. a vovó ainda chama ele de Tonico. eu acho Tonico mais bonito. papai devia ainda ser Tonico.

segunda-feira, janeiro 27, 2003

tenho. mas as vezes é como se nao tivesse. ainda por cima, sinto falta do outro olho, o que queria se desconter.

domingo, janeiro 26, 2003

Eu não gosto

Eu não gosto de não acreditar em mim. Eu não gosto de dormir quando a luz entra pela fresta de cima da porta. Eu não gosto de panos saindo pela gaveta. Eu não gosto de cortina de pano. Eu não gosto de cor-de-rosa. Eu não gosto quando no quarto não tem abajur. Eu não gosto quando a pessoa me pergunta exatamente o que eu já ia dizer sem que ela perguntasse. Eu não gosto de molhar apenas a barra da calça nas poças de chuva. Eu não gosto de presunto, bacon (nome horrível esse, bacon) e linguiça. Eu não gosto de passar cremes no corpo. Eu não gosto de viagens curtas. Eu não gosto de crianças calmas demais. Eu não gosto quando mexem nas minhas gavetas. Eu não gosto de ouvir a minha voz. Eu não gosto quando muitas pessoas me chamam ao mesmo tempo em dia de calor. Eu não gosto quando a borrachinha do limpador deixa ainda uma lista de agua sem secar. Eu não gosto de livro sem orelha. Eu não gosto de inglês. Nunca gostei, acho que nunca vou gostar. Eu não gosto de apontar com estilete, gosto de brincar de acabar o lápis com o estilete, apontar não. Eu não gosto de saia. Eu não gosto de grito de mulherzinha. Eu não gosto de frases feitas e generalizadoras. Eu não gosto quando o ator deixa perceber que a fala foi decorada. Eu não gosto quando a direção puxa mais para um lado. Eu não gosto de café-com-leite. Mas bebo. Eu não gosto quando, cabendo a palavra tenho, usam comprei. O fato de se gastar o dinheiro com isso vale mais que a coisa possuída? Eu não gosto de passar a minha roupa. Eu não gosto de chinela molhada. Eu não gosto de dormir expondo da cintura aos joelhos. Eu não gosto de varrer estando calçada. Eu não gosto de pensar que o tempo passa. E, decididamente, é melhor falar do que se gosta.
eu custei a gostar, a ir com a cara, a entender. hj é dos que mais gosto. é que ela escreve macio e pendular.

sexta-feira, janeiro 24, 2003

Eu não devia ter assistido a esse filme hoje. Talvez daqui a um ano, quando creio já ter resolvido um pouco as coisas, fosse melhor. Hoje me evidenciou o vazio que tenho, a falta que sinto. Por que do outro eu não sentiria tanta falta, já que o que procuro é um Nino. Não há necessidade de encontrar, acho mesmo que nao há ncessidade. Mas se é de ter, quero um Nino. E vou me encontrar. Só sei que Nino ou não, você olhou pra mim hoje. Eu vi. Você olhou.

segunda-feira, janeiro 20, 2003

eu penso em você desde o amanhecer até quando eu me deito.

sexta-feira, janeiro 17, 2003

Querem te levar pro jornal. Um fio de cabelo seu. Mas acho que você não serve. Por que eu sei que você vai fazer feio. Por que de um dia pro outro seus cabelos ressecam e caem. E você não passa de um careca ultrapassado. E às vezes eu odeio você se você não passa.

terça-feira, janeiro 14, 2003

eu nao estou feliz. nunca senti assim. é um caso que fugir do problema resolve. é um caso estranho. é sacrifício demais que sei vai ser por nada. e eu que nao consigo ficar calada estrago todas as fugas. sem saber esperar o melhor momento de ansiosa. assim eu nao gosto. assim eu nao quero. a coisa que bate agora apunhala. pelas costas. silenciosa. e forte. e eu nao sou mais pq estou sempre nao sendo mais alguma coisa. mas nao tem nada. vc também nao é mais a mesma coisa.

sexta-feira, janeiro 03, 2003

caia. nem que a chuva caia. e não diga não. faz assim e faz assim, como nunca fez enfim. dança pra mim. assim. escancaradamente. positive. nenhum motivo nem razão. I love you. time alone. sayin' oh I love you. oh I oh I oh I. Oh I love you. tô cansado de esperar que você me carregue. onde quer que você vá. se na bagunça do teu coração. Don't worry be happy. ha ha ha ha ha ha ha ha. Don't worry. be happy. sem livros e sem fuzil. é de papel crepon e prata.
Sensação de estar deixando pra lá demais. um lá muito longe.

quinta-feira, janeiro 02, 2003

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegrama?).
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade