sábado, abril 29, 2006

Quem Somos Nós?

Mas mesmo assim acho bobo.
Porque vá lá que essas coisas existam, mas o que há nelas de realmente importante?

Por que é importante ver um pensamento se o pensamento do mundo anda pouco, pequeno, idiota, dispensável? Pra quê vê-lo? O que muda no pensamento, o que melhora, o que contrubui em pensamento para o mundo, se a forma do pensamento é de uma tempestade, uma linha ou uma laranja?

Só sei uma coisa: não se chegou até aqui no pensamento humano tentando ver através das coisas com microscópios.

O nosso através é outro.


E ainda mais, o mundo precisa é de remédios mesmo, porque tá que nem o sambalelê, com a cabeça quebrada.

quarta-feira, abril 26, 2006

Eu gosto de ler porque o mundo é muito chato.

segunda-feira, abril 24, 2006

Reminiscências
que querem persistir mas não têm mais nenhum lugar agora.

Algo Mais?
Olha, meu amor, vamos passear.

Eu vou sabotar.
Você vai se azarar. O que eu não ganho, eu leso. Ninguém vai me gozar, não, jamais.

Eu tentei tudo, eu tentei de tudo,
não funciona.

E é um problema
entender de alguns silêncios e canções e desentender algumas palavras.

domingo, abril 23, 2006

Voa, jorge

voa bem alto e traz uma estrela pra mim.


São Jorge salva.

quinta-feira, abril 20, 2006

Autre fois.

Quando eu era criança não sabia que as pessoas podiam se comparar com frutas. Quando fiquei um tantinho mais grandinha assim, eu descobri.

Aí fiquei achando que era uma melancia. Porque eu era toda com jeito de durona, mas a menor violência no manejo me desmanchava toda. No fundo, no fundo, eu era mesmo feita de água. Por muito tempo fui melancia. E achava muito bom. Bonito, até.

Hoje não sei mais que fruta seria. Não posso dizer que ainda seja de água. Não sou nem mole nem dura, muito menos tenho casca. Às vezes o revestimento é mais tênue que o miolo. É sim. Como as castanholas. Outras é lleno de espinhos, mas dentro é doce, o que não nega ainda um tantinho assim de acidez, perspicácia e sarcasmo. Há quem me descasque, fácil, e encontre desde o início uma mesma coisa, amarela e sem graça. Posso parecer feia, mas boa de pegar, sendo a beleza mesmo está dentro de um verde anil sereno e paz, doce, desenhando, e quase ninguém descobre. estouro na boca e ainda faço engulir caroços. Lambuzo, solto fiapos e seiva de casca de árvore. Qual seria a fruta de Jorge?

Acho que hoje não sou nada. É sempre assim quando se é muita coisa ao mesmo tempo. Hoje não sou efetivamente nenhuma delas. Apenas olho ferozmente o mundo de dentro da fruteira.


E como vejo.


Quando eu era criança eu conseguia só perambular, menina maluquinha, pelo mundo feito doida, correndo e assobiando. Hoje, eu tento resgatar, porque ainda sou uma resistente, mas cada dia mais difícil. Falta azul no meu céu e um pedaço de mar, falta o doce do mel, sofro uma falta de ar, falta o agito do dia, falta uma noite de paz.


Mas eu sempre consigo.

quarta-feira, abril 19, 2006

Sax

haja o que houver
há sempre um homem para uma mulher
e há de sempre haver para esquecer
um falso amor e uma vontade de morrer

seja como for,
há de vencer o grande amor
que há de ser no coração
como um perdão pra quem chorou.

terça-feira, abril 18, 2006

Andá com fé eu vou que a fé não costuma faiá

E céu não foi feito pra gente despencar.

quinta-feira, abril 13, 2006

Sonho

sinto que é hora, salto.
meu foguete some queimando o espaço.
tudo vejo e abraço a vaidade.
estou morando em pleno céu,
namorando o azul.

ando no espaço rouco.
meu foguete some deixando traços.
entre estrelas vejo a liberdade,
fotografo todo o céu
e revelo paz.

busco cores e imagens.
faltam pássaros e flores.
coração na mão,
corpo solto, estou
entre estrelas vou deitar,
neste luar.

indo de encontro ao riso
do quarto minguante
o sol queimando a pele branca.
despertando vejo a cama e meu amor:
acordado estou.


choro.

bem melhor seria

não vou.

uma coisa pela manhã me avisou que é hora de voltar a fotografar.

alguns preços são muito altos. muito mesmo.

repenso o poço, hoje, como Tadeu.

e quero algum descanso.

quinta-feira, abril 06, 2006

e se você fecha o olho

Não sou, mas posso me tornar uma pessoa misteriosa.

A Hilda tem me feito muito bem. Tem mexido com a minha latência.

Eu sou capaz de algumas resoluções duras e cruéis comigo mesma.

Eu tenho por mim um santo de nome Jorge.

A vida é mais ou menos como um balanço, uma gangorra, um bumerangue ou um bonde, depende da situação.

Eu sempre perco o bonde.

As poucas vezes que não perco, pego andando.

Quando pego andando eu sempre pulo antes.

Tenho sonhado muito pouco e isso é sempre mau presságio.

Ando com pessoas que sabem apreciar o céu.

O mundo não pode ser assim tão árido, tem que haver pessoas mais úmidas.

Devo ser um ser mesmo sem lugar, sem enquadramento, sem encaixe, sem par e aparentemente resolvido.

E eu sei, eu sei demais, que sou uma menina que sempre vai dançar.
Há letargia e latência, percebo agora. E existem coisas muito vivas se precisando adormecidas, hirbernando fazem os ursos no frio, a ferocidade contida, inofensiva. Ou lenta e obstinada como um passarinho fazendo um ninho. Ou grande e despercebido como uma iminente surpresa. Eles tinham razão, a felicidade é uma amiga feroz.

segunda-feira, abril 03, 2006

Letargia

enjoada de moderados, moderação e ponderamento. algumas coisas precisam ser radicais, radicalizadas e definitivas.

Branco demais denuncia.