sábado, fevereiro 28, 2004

primeira vez que vai sentir uma partida. sem saber como fazer com o pedaço que fica.

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

em (alguma) paz.

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

e seu for o primeiro a prever e poder desitir do que for dar errado? Ah! ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim? Dispenso a previsão. Se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, aceito a condição.

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Vergonha. Besta, mas ela. Mal. Muito mal. Podre. De um tanto que os banhos não estão dando jeito. Achando a coisa toda muito estranha. E o silêncio. Preferia as discussões bravas, choros, gestos excessivamente já gastos, ameaças, ultimas vezes, chances, palavras, que nunca são realmente, parece mais com o sistema aqui em casa. O peso do silêncio é maior que o das palavras. Pelo menos das palavras pronunciadas. Porque esse silêncio já virou textos, livros, filmes, óperas, quadros, na minha cabeça. Formulando. Lendo os passos da casa tentando entender. Lendo o jeito de sentarem à mesa. Os olhares a mim. Preferia sim, que tudo tivesse acabado sendo dito, gostasse eu ou não, concordasse ou não, doesse ou não. Acontece que a covardia (e a dislexia) anda em mim ultimamente. Mas é sempre assim e sempre passa.

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Dentro da baleia mora Dona Mirella desde que completou a maioridade. A baleia é sua casa, sua cidade, dentro dela ela guarda suas gravatas, seus ternos de linho. Dentro da baleia a vida é tao mais fácil, nada incomoda o silencio e a paz de Mirella. Quando o tempo é mau a tempestade fica de fora, a baleia é mais segura que um grande navio. E ela diz que se chama Mirella, e ela diz que é uma santa mulher, e ela diz que mora dentro da baleia por vontade própria. E ela diz que está comprometida, e ela diz que assinou um papel que vai mantê-la presa na baleia até o fim da vida, até subir pro céu.

domingo, fevereiro 15, 2004

com a mulher do filme na cabeça esses dias. ela conseguiu simplificar a vida, fazer uma revolução e realizar um sonho, tudo ao mesmo tempo, e em uma semana. ela quis ir, e foi, pra veneza. por enquanto eu fico aqui, admirada com a coragem dessas italianas de meia idade, procurando por becas de ayuda para proyectos de investigación no último dia de poder adquirí-las, como sempre acontecem as coisas para mim. mas o bom é que agora eu sei que sempre dá certo.

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

C'est la vie. Je ne comprends pas, mais j'attends. Et j'observe attentivement.

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

muito feliz com uma menina descabeladinha que só eu sei que se chama gabriele. muito triste com muita coisa que anda acontecendo. muito apreensiva, nervosa, dor de estômago mesmo, daqueles nervosismos doentios, que é só eu voltar que vou procurar ajuda, porque a pessoa não pode andar morrendo de ansiedade e medo de tudo na vida. dos fatos, o maior é que a voz bonita vai ficar mais longe. o menor são os meus espirros e as minhas cólicas. linda ela, a gabriele, com aquele monte de interrogações. mirella ultra-sensível essa semana.

terça-feira, fevereiro 03, 2004

eita que a tristeza bateu agora, pesada, densa, contra o peito esmagadora. Quando a fronte é que chora o corpo sente todo. Treme. E me alivio com descrições orgâncias e dislexicas. Aliás, a dislexia anda em mim ultimamente. E a pausa. Dia todo feito de pausa. Pausa da mente que não quer trabalhar, frequentes pausas do ar que teima em não entrar - e não sair - devidamente, inútil tentativa de pausa do tempo que teima em correr e cada vez mais depressa e fora do meu controle, medo da pausa na vida, que não é iminente como eu gosto de pensar, foi o que existiu até agora. Comprei um gigolet.