terça-feira, novembro 29, 2005

eu odeio fim de ano. existe algum lugar do mundo onde as pessoas não se afetem com o fato do ano acabar, de jesus nascer, de um outro começar? se tiver eu quero ir comemorar por lá.

sexta-feira, novembro 25, 2005

eu já avisei. eu não falo com fantasmas.

terça-feira, novembro 22, 2005

Ando preferindo os ladrões de carros.

Porque me expliquem, que diabos alguém ia roubar um livro do Roland Barthes. No Iguatemi, ainda mais.

Ladrão letrado é a primeira vez.

domingo, novembro 20, 2005

há uma diferença entre movimentos pendulares e circulares, entre o sexo e sensualidade. Os segundos são para quem pode.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Macumunações

- tem mais esse...
- e aí? a gente bota onde?
- é...
- antes do futuro ou depois do futuro?
- depois, né?
- depois do primeiro futuro ou do segundo futuro?
- é... do primeiro.
- Que é isso aí que vocês tão fazendo?
- macumunações.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Jogaram sal no meu jardim.

quarta-feira, novembro 16, 2005

meus pais estão ficando velhos. Reconheço pelo arrastado das chinelas.
A menina naquele dia pensava para que serviam os momentos de não fazer nada. E formulava teoremas complicados que sempre deixavam falhas. Pensou também no que diziam os gregos sobre o corpo e a mente, ou um ou outro, pra eles, e era bem verdade, às vezes. Pensando na saudade do ócio que já tinha até aprendido a fazê-lo produtivo. Do ócio e da auto-suficiência. Era uma qualidade nela, a auto-suficiência, ainda que não fosse exatamente real. Saudade de quando andava pela rua escolhendo os ladrilhos amarelos sem saber onde ia chegar. Mesmo que chegar também lhe traga alguns prazeres. Talvez disso não seja nem saudade, seja medo de não saber mais andar sem saber onde vai chegar, e ela quer saber é de tudo. Quer poder é tudo. Não quer ser daquelas pessoas que medem as ações na balança, mas também não quer mais jogar todas fora e ser sempre vã ou filantrópica. Quer manter os prazeres gratuitos, mas não quer não poder pagar pelos caros. Ainda mais porque tem pressa, e nesse ponto, o tempo perdido incomoda demais. Pensando nas facilidades, que devem ser sempre desconfiadas. E na capacidade que ela tinha de refazer o seu mundo inteiro, bastava que precisasse, e em como era egoísta essa sua faculdade. E ainda, em quanto eram repetitivos esses seus pensamentos.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Hoje eu não tô nem aí, quero é ver a putaria.
Faz bem 43 dias que foi dia primeiro de novembro. E a fome faz parte da minha rotina, agora.

sábado, novembro 12, 2005

tem uma vida que se desenha brusca e nova, uma que nunca tive. tenho que definir algumas coisas e sustentar algumas decisões. deixar de ser passional, que a passionalidade é para quando a vida já está ganha. ou para as crianças. tentar ser a capricorniana que nunca fui. porque agora resolvi que eu quero conseguir coisas. e tem lugar no meu barquinho. mas também aprendi a navegar sozinha.

sexta-feira, novembro 11, 2005

estou sedentária o suficiente para ter braços gordos e caídos e ombros magros e ossudos, como se a gordura fosse pendente, sem colágeno mais algum que sustente as carnes e a pele. Envelheço, deve ser isso. Aos vinte e quase quatro não tenho mais a mesma manutenção natural e divina da beleza, nem a artificial, entretanto, por um milhão de motivos que não vêem ao caso. O fato é que posso perceber meu osso do ombro com o tato, cada sulco e protuberância, e sinto como se não houvesse ali o fio de carne nem a membrana de pele que o envolve. O sinto, ou senti, agora, um ombro seco, duro e teso, sujo e decomposto, como se pudesse antever o que lhe acontecerá, dentro em quando for, que isso já não me cabe.

quinta-feira, novembro 10, 2005

outras faces

Hoje eu tive que analisar o Poema de Sete Faces, foi quando atentei, assim, mesmo, para o verso " Mundo mundo vasto mundo/ se eu me chamasse Raimundo,/ seria uma rima, não seria uma solução." Talvez eu queira rima para a minha vida.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Mas tão extenso que não cabe em um dia. E esse dia que passou, começou num daqueles tempos que um dia invade o outro dia, que invade o outro e o outro o outro.

sábado, novembro 05, 2005

E de uma janela cheia de margaridas. Um aguador de lata no peitoral. Uma cadela preta e um quintal.



O amor é um verbete extenso.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Eu preciso de um blog novo.

terça-feira, novembro 01, 2005

Eu tenho que arrumar um gosto. Uma paciência. Uma esperança. Um jeito pra vida. Uma segurança. Uma certeza. Porque na diacha dessa minha cabeça não tem outra coisa senão sonho. E sonho não enche barriga, não leva exatamente - e praticamente - pra longe, nem faz com que a gente se entenda muitas vezes. Não que se entender seja necessidade... deixa pra lá. Ruim que é uma coisa muitas coisas na vida inteira. Ruim não ter paz. O que, na verdade, não é mais que uma utopia essa tal de paz, daquelas que só enganam porque existem nas propagandas de plano de saúde. Eu preciso estar no take da unimed, então. Eu preciso daquela coisa estranha que os jogadores de futebol chamam de raça. Eu tenho algo parecido, mas devo precisar é daquela, igual igual. E se eu fosse hoje uma imagem seria a de um passarinho engaiolado, de um negro acorrentado, de um louco encamisado (e)ou a de uma menina que, provavelmente sempre, anda em círculos.