terça-feira, maio 31, 2005

Você poder ser a pessoa mais linda do mundo, que um sorriso vazio te estraga.

sexta-feira, maio 27, 2005

Pensando que eu deveria mesmo ter nascido em uma outra época em um outro lugar. Lembro agora de duas pessoas; Sylvia Plath e Hilda Furacão. A primeira, uma jovem escritora americana, ainda na faculdade, que fez na Inglaterra. Lembro delas o que delas vi em filmes. Sylvia insegura e forte, sem nem o saber, entrando num mundo egóico e competitivo de escritores já publicados, mas ainda estudantes, como ela. Apaixona-se pelo mais cheio de si de todos eles. Apresenta-o à mãe. Casa. Mas a inferioridade que via pairar sobre si, no entender do outro, não diminuiu com o casamento. Ajuda o marido a alavancar a carreira, deixa de escrever, passa a viver para os filhos, para a casa, para a solidão, enquanto o marido tinha prestígio e amantes. Não, não é a visão de coitadinha que quero dar à Sylvia, nem a de crápula à Ted Hughes. Mas em algum momento essas coisas aconteceram. São fato. O que gosto em Sylvia, ou dessa história contada sobre ela, é a capacidade de escolher as coisas difíceis, mesmo que sejam as certas, ou as que julgava certas. Quando Sylvia deixa o marido, este ainda a procura, propõe-lhe mudanças que ela soube entender que não aconteceriam, porque as pessoas são o que elas podem ser. Para mim, isso é fortaleza.

A outra mulher de meus pensamentos, hoje, é a Hilda, que não a sei verdadeira ou personagem, que a vi numa tela que não costumo procurar. De Hilda, ficou uma vontade de provar o mundo. Sem impor a si qualquer condição. Ia casar-se com um "bom partido". Saiu da porta da igreja para um cabaré. Deixou noivo, mãe, pai, irmão, tia e quem mais fosse. E sem esperar entendimento ou compreensão. Hilda era uma mulher lindíssima e a vejo como a atriz que a representou, uma das mulheres, melhor, um dos seres humanos mais lindos que tive o prazer de ver. Hilda entregava-se, tal como Geni, ao mais lazarento dos excluídos, que também como Geni, ao deitar com homem tão nobre preferia qualquer outro. Mas não é a imagem de incoerência, porque incoerência não cabe onde não existem condições, nem a de birra, muito menos a de mártir, porque Hilda não parecia querer imagem alguma, status nenhum lhe agradaria. Hilda queria apenas um mundo possível e real, senti-lo como sentiam os marginados, não nas suas escassezes, mas nos seus prazeres, nas suas felicidades. O que admiro é simplesmente a ida. A escolha, mais uma vez, a mais difícil. Depois, Hilda apaixona-se por um padre. Não lembro o que aocnteceu a essa paixão, mas também o é desimportante. A paixão em si é que me encanta. A inexistência de sentimento de culpa, o não ver a si como impuro, ou falho, diante da escolha tomada, e permitir-se apaixonar por um símbolo de prometida pureza, santidade e castidade. E talvez, a escolha de Hilda tenha sido conseguir esse amor també não impondo condição alguma fazendo o que precisasse ser feito, o maior dos sacrifícios. Não, Hilda não é mártir. Hilda soube fazer escolhas sem pensar no processo que teria de passar para alcançar seus objetivos. Só isso.

Então, agora, analisando, o que tenho em mente hoje é a admiração da coragem e perseverança pelas escolhas tomadas, certas ou não, por que não há como sabê-las. E também tenho achado que quando se escreve à máquina, pensa-se mais antes de escrever cada frase.
Há alguma sensibilidade em mim que chora.

quarta-feira, maio 25, 2005

Eu não sou nada.
Ainda gosto de fazer suco de laranja.

terça-feira, maio 24, 2005

Eu gostava mais de mim quando eu era criança.
Basta uma noite, para que a formosa alfombra verde, verde-claro, verde gaio, acetinado, cubra todas as tristezas de há pouco.

segunda-feira, maio 23, 2005

Odeio ficar doente.

sábado, maio 21, 2005

a experiência do outro não nos serve,

eu acabei não gravando a aula da Arminda

e coisa boa é banho.

quarta-feira, maio 18, 2005

Hoje a vizinha de cima resolveu cantar enquanto tomava banho. Música da Marina. E lembrei que, quando quem cantava era eu, sabia que alguém me ouvia, como também eu pude ouvi-la, e nem ligava. Hoje eu canto muito menos.
prometido. depois eu conto a história de como a chapeuzinho vermelho foi parar no castelo da jasmine em cima do tapete mágico por causa de um toelho que tava atrasado e desapareceu atrás da árvore.

terça-feira, maio 17, 2005

gr.

sábado, maio 14, 2005

Sem vontade. De escrever, de ler, de ouvir. De repetir, de tomar o remédio de novo, de fazer o tratamento, de novo, de esperar o cabelo crescer. Sem vontade de continuar com esse diarinho metido e besta. De explicar pra ele e conversar tudo de novo, porque ele nem tem mesmo argumentos. E até tem, mas eu não os considero. E o único problema é que eu não posso tirá-lo da minha vida. E, ele, só ele, consegue me deixar triste dessa maneira estranha. E nem percebe.

sexta-feira, maio 13, 2005

L'amour pour les europeéns est bleu. Pour nous, latins, c'est rouge.

quarta-feira, maio 11, 2005

Pro samba que você me convidou...

- ei, me diz aí uma roupa...
- Ah, meu amor, uma calça jeans e uma camiseta.
- Clara ou escura?
- A calça ou a camiseta?
- A calça.
- Tanto faz. Escura. Ou clara...
- E a blusa?
- Também.
- Obrigado.
- Disponha.
et de temps en temps m'a visage se redecouvért.
Depois do filme de ontem eu quis escrever uma história. Porque acho que tenho cacos suficientes para isso. E sobre o filme, eu que sou velha antiquada, teria o achado perfeito se, em vez de um software, a pessoa, o desejo dela de esquecer e o trabalho mental articulado e argumentado feito pelo especialista em esquecimentos, fossem os responsáveis pela desmemória. Ficou paracendo, para mim, pelo menos, que agora precisamos do computador para tudo, e, também, que acabamos perdendo os méritos das nossas conquistas, ainda que sejam as mentais. Pois pensei numa história, sem enredo, sem roteiro, que mais parecia um mosaico, como as lembranças fugazes e os sonhos que, por vezes, eu pareço poder dominar.
quem sou eu: Eu não sou cool, eu não sou vegetariana, eu não desço do salto fazendo bafon, eu não gosto de filmes com macacos, eu não tenho controle dos meus movimentos corporais, eu não tenho a vida mais emocionante do mundo, eu não sou filha única, eu não sou desenhista industrial, eu não nasci em fevereiro - até porque eu não gosto de carnaval, eu não sou loira, eu não tenho dinheiro e não adianta me olhar assim, eu não durmo cedo, eu não tenho um carro, eu não sou a mulher da sua vida nem o que você procura. Mas sou legal pra caralho, dona e proprietária do meu próprio salão de beleza.

Sei porque eu colei isso aqui não. Mas, sei lá, gostei, apesar de não saber o que é "fazer bafon". É de uma menina linda, que encontrei aqui, também, sem saber bem porquê. Enfim. Tenho essas coisas assim do nada.

segunda-feira, maio 09, 2005

Minhas duas cadelas deram cria ao mesmo tempo. Uma teve sete filhotes, e esta sempre tem crias assim, de muitos, e a outra seis, mas destes sumiram três, suspeitam de cassacos famintos. É engraçado como de repente a casa enche de gente, ou de cães, mas quem cria sabe que eles são mais gente que a gente, e aí a casa enche mesmo é de gente, umas gentinhas de umbigo pendurado, meio olho esquerdo aberto, de um monte de bocejo. E sentimos em tudo fertilidade, renovação, trabalho e cuidado. Uma criança sempre mais feliz um lar.

sexta-feira, maio 06, 2005

Eu tenho vinte e três anos. O que não é muito, mas também já não é pouco. Eu fiz uma faculdade. Comunicação Social, que não me pesa mais quase nada, se eu comparar com o fardo que era fazê-la. Eu passei dois anos entre o ócio, a depressão, as tentativas frustradas, os sonhos estagnados, uma colação e um vestibular. Eu tenho vinte e três anos e tem um ano que pareceu maior que os outros vinte e dois. O que não é muito, ainda, mas também já não é o tão pouco quase nada. E, as coisas agora parecem acontecer "de carrada", como diz mamãe. E quando olho para os meus pés vestidos em chinelas havaianas ciano e rosa às dez e trinta da manhã de uma sexta-feira, não consigo evitar de lembrar (ou imaginar, já que a lembrança parece necessitar da experiência do fato recordado) dos pés tancafiados em sapatos apertados, às dez e trinta da manhã de uma sexta-feira minúscula. Eu sempre penso, nessas horas, se estou onde deveria estar. Vinte e três anos nào é mais tão pouco assim, o mundo chama, há uma mão na rua da vida, bem sinalizadinha, com uma setona enorme apontando severamente o sentido que se deve ir. Mas nem a vida impede que anoiteça. E, na noite, toda contra-mão é possível. Eu adoro contra-mão.

quinta-feira, maio 05, 2005

e já é quinta-feira.
Há mesmo um abismo entre pensar e sentir. Mas sempre podemos construir pontes.

quarta-feira, maio 04, 2005

e se o caso for eu levo essa casa numa sacola