terça-feira, abril 30, 2002

Taí Carol, a música que o Luiz Gonzaga fez pra ti:

Carolina foi pro samba, Carolina
Pra dançar o xenhenhém, Carolina
Todo mundo é caidim, Carolina
Pelo chêro que ela tem, Carolina

hum hum ai carolina
ai hum ai carolina
pelo chêro qe ela tem

Gente que nunca dançou
Nesse dia quis dançar
Só por causa do cherim
Todo mundo tava lá, Carolina

hum hum ai carolina
ai hum ai carolina
pelo chêro qe ela tem
Sinto vontade de comer o teu cheiro, teu cheiro gostoso que canta feito a música que a gente vê quando você toca de levinho no ar que sopra e joga os teus cabelos para a boca e que como num beijo no próprio dedo você o afasta, dando um sorriso desinteressado de tudo isso e continua acarinhando o ar, rodopiando e esvoaçando-se, com um perfume cor de música branca, ou negra, que se ouve ao devorar teu afago no vento; e se afasta, se afasta, como o próprio ar, inconsistente ar que você toca de mãos frias, numa leveza ora irritante ora magnígfica de magnífica beleza, que apenas eu pareço ver, enfeitiçado, sem chance alguma de pensar, em nada, nem mesmo em você, só olhar o teu cheiroso som que bebo a cada minuto para não deixar que esse momento escape de minhas mãos... E que mãos? Nessas horas não tenho mãos, pés... Você me tira todo e qualquer sentido, e o meu sentido, passa a ser te ver, te observar com meu seco paladar, e você cada vez mais me tira a sanidade... Abafo e desabafo cada movimento seu que gira a minha cabeça e mastiga os meus sentidos com apenas um olhar de relance no meio de um movimento nada particular a mim. Uma pirueta sua e para todos, e para quem quiser extasiar-se também, mas parece que apenas eu sofro com o seu desinteresse, somente eu preciso de uma exclusividade sua, mesmo que no meio de uma rua na calçada, em uma praça, numa praia, ao pôr-de-qualquer-sol e desde que continue rodopiando e girando, virando e revirando os meus sentidos mais sóbrios.
Eu não vejo a hora de te cortar. Te ver mais uma vez, saborear. Meia mussarela, meia mista ou calabresa, romana, 4 queijos, margherita e portuguesa. Como é bom te ver, você chegou na hora H. Adoro pizza com guaraná...

segunda-feira, abril 29, 2002

eh... cara, muita coisa. Tô em aula, vou ter que sair. Sem internet em casa ainda. Tá meio ruim de encontrar como escrever. Mendigando net na Unifor e na T&C. Mas, voltarei. Ah se voltarei.

sexta-feira, abril 26, 2002

Acho que vou começar a escrever uns livrinhos de auto-ajuda, vê se ganho um dinheirim...

hahahahaha...
Todas as pessoas são apaixonantes. Não existe uma só pessoa que não seja apaixonante. Cada pessoa tem uma coisa dentro da barriga, uma coisa colorida, um pozinho mágico por cima da cabeça, um brilhinho no olho, um jeitinho de fazer cafuné, de molhar os lábios, de fazer de conta que não te vê, de ficar vrelmelho, de pôr os cabelos para trás, de ser sozinho, de entender e de mostrar o mundo. Todo mundo é lindo. Por dentro e por fora, acredite. E não há, também, ninguém que não valha a pena. Todas as pessoas valem a pena. Claro que bom senso e amor próprio “nunca mataram ninguém”, mas não sei se posso afirmar, com certeza, a mesma coisa sobre o orgulho. Posso dizer isso com toda certeza (com toda certeza de que não tenho certeza se posso afirmar com certeza) por que se tem uma coisa pela qual luto por muitos anos é para me livrar do meu orgulho besta (do besta, por que também tem alguns que valem a pena ter sim). Bom, concluindo, todas as pessoas nessa vida réia doida valem a pena, e, se um dia parecer loucura gostar de alguém, aí mesmo é que vale a pena tentar com ela, o máximo que pode acontecer é não dar certo e vocês terem que terminar um possível relacionamento, mas você vai aprender com essa pessoa, ou com você mesmo, um milhão de coisas mais. E não vai dar chance de quando ficar bem velhinho, ficar todo arrependido e lamentoso por isso ou aquilo outro que deixou de fazer. Essa ou aquela outra coisa que deixou passar. O tempo não pára. Nem volta.

Ah sim. Sofrer é do mundo. Não é por isso que se deve deixar de tentar.


Outra coisa. Sem especulações. Foi só um pensamento. Uma injeçãozinha de amor na parte do mundo que me cabe.

quarta-feira, abril 24, 2002

coca-cola. tesoura. nuvem. brinquedo. sal. família. quietude. percevejo. d a t i l o g r a f a r. noronha. cinto. dia. governo. sequóia. deletar. gerúndio. saci. zero. unha. absinto. iparana. majestade. consuelo. show. roda. cavalo. coçegas. idéia. suporte. tanga. mola. coca-cola.

terça-feira, abril 23, 2002

Imagine uma enorme fogueira crepitando no meio da noite. Do meio do fogo saltam centelhas em todas as direções. Num amplo círculo ao redor do fogo a noite é iluminada, e a alguns quilômetros de distância ainda é possível ver o leve brilho desta fogueira. À medida que nos afastamos, a fogueira vai se transformando num minúsculo ponto de luz, como uma lanterna fraca na noite. E se nos afastarmos mais ainda, chegaremos a um ponto em que a luz do fogo não mais consegue nos alcançar. Em algum lugar os raios luminosos se perdem na noite e se estiver muito escuro não vamos enxergar nada. Nesse momento, contornos e sombras deixam de existir.

Não, não fui eu quem escreveu. Mas também não vou dizer quem foi.
nunca entrem nesse site: dinario.blogspot.com

é uma m....!

segunda-feira, abril 22, 2002

"gosto por que gosto, gosto por que sim, gosto por que aposto que você gosta de mim..."

: )
A situação política no Brasil parece aquela historia da senhora que vai ao medico e diz:
- realmente doutor, eu tenho um problema de gases, mas eles não me incomodam, já que eles são absolutamente silenciosos e sem qualquer odor. Para lhe dar um exemplo concreto, nessa meia hora de consulta eu eliminei cerca de 20 flatulências e o senhor nem percebeu…
- sei, sei. Diz o medico.
- Pois então, a senhora tome estas cápsulas de quatro em quatro horas por uma semana.
Passada uma semana, a senhora volta ao consultorio.
- meu pai eterno, doutor! Que remédio o senhor me deu? Eles continuam silenciosos como sempre, mas o cheiro… ficou terrível de uma hora para outra…
E o medico retruca:
- bem, a sinusite nos já curamos, agora falta dar um jeito na audição…
aqui também as chuvas caem, inundam, estragam, deixam desabrigados, mas as prefeituras acham que a chuva e silenciosa, ninguém escuta, ninguém sente o cheiro…
a epidemia da dengue esta se alastrando, os mosquitos continuam se multiplicando, as mortes estão subindo, mas os governos federais, estaduais e municipais acham que o mosquito e silencioso, que ninguém sente o cheiro da picada…
a lei da responsabilidade fiscal e clara e faculta a prisão de ate quatro anos se o chefe do executivo deixar para o sucessor o montante de dividas, sem a respectiva reserva de caixa, referente aos oito últimos meses no cargo. Mas tem governador que diz que o déficit com precatório não e o mesmo que déficit de dividas. O precatório não faz barulho, não tem cheiro.
Pelo terceiro ano consecutivo, a renda do trabalhador teve queda, mas sabe como e, renda não tem cheiro, chega sempre silenciosa, apesar de não acabar sempre em surdina…
Talvez a solução fossem pílulas para serem tomadas de quatro em quatro anos, mas será que alguém vai agüentar o fedor?


Magda Ferrentini Salem
Jornalista e economista
Não tem mais música pra definir
Poema que se enquadre
Lugar que não lembre
Coisa que se faça
Onde ir
Canto no pensamento
Como sair
Não tem mais janeiro nem fevereiro
Não tem mais espaço
Virou coisa
E coisa que não é.

estranho...
Sobre quinta, sexta, sábado e domingo:

Vida louca vida
Vida breve
Se eu não posso te levar
Quero que você me leve

sexta-feira, abril 19, 2002

EPÍGRAFE PARA UM LIVRO (ou um blog!!!) CONDENADO

Leitor pacífico e bucólico,
Sóbrio e a acreditar no destino,
Joga este livro saturnino,
Livro orgíaco e melancólico.

Se o curso não fizeste um dia
Com Satanás o esperto deão,
Julgam que ele te será vão
Como algum caso de histeria.

Mas se, sem deixar-te encantar,
Deveres descer os abismos,
Lê-me, que o poema irás amar

Alma curiosa, em paroxismos,
Tem dó, se buscas paraíso
Senão eu te anatematizo.


Baudelaire
vou mudar esse layout, vou mudar esse layout, lá lálálá lálá
Cara, eu tô com uma dor de cabeça... ave maria! como eu não tinha há anos...

Hoje de manhã foi um dia engraçado, lá na unifor. Que curso de gente louca!!! exposição de bichinhos de legumes na rampa de subir para as salas de aula, dança do ventre na sala dos professores, professora maluca e suas confissões de tatuagem, e parecia que estava tudo mexendo, rodando, parecia dentro de um furacão daqueles que vão levando as casas embora... Mas tudo meio triste também, pelo menos agora depois que passa. É o que eu já tinha falado ontem lá no pasto e pizza, estão chegando (ou melhor, já são) os dias do fim, os últimos dias. Agora não é mais meio, já é fim de curso, é fim de convivência diária, fim de manhãs compartilhadas, fim de preocupação de "estudar para prova", de fazer trabalhos de equipe (estressantes mas maravilhosos) comendo pão de queijo, fim de rir de nada no corredor sem mais nem menos, fim de fazer rir por nada no corredor sem mais nem menos, fim de chegar em um lugar e saber exatamente como vai encontrar aquelas pessoas e aquele lugar (bem, hoje foi um dia atípico), fim de encontrar, a partir de agora é reencontrar.

Eu hein?!!?!? Parece que vamos morrer todos no final do ano! Não tem mais nenhuma criancinha que precisa de pai e mãe pra levar para os cantos, não! vamos continauar a maioria morando na mesma cidade, praticamente por mais um bom tempo nos mesmos endereços... é, ai, não vou mais pensar nisso não!

quinta-feira, abril 18, 2002

É Ecletiquices... você agora é um blog brindado... viu aí, que responsabilidade?!
Parabéns Simone!!!!

Foi muito legal o seu aniversário!!!

1 chêro
Poderia ter sido amargo
subordinado e triste

Poderia ter sido crítico
social e (in)tenso

Mas preferi que fosse brando
simples e incompleto

e que suavizasse a densidade da minha alma.
Depoimentos... depoimentos deprimidos comprimidos descontentes reprimidos ausentes cambaleantes soluçantes, enfim, depoimentos desencontrados desvairados desregrados degenerados desagregados e insólitos.

quarta-feira, abril 17, 2002

Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas o meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa...

terça-feira, abril 16, 2002

Sem internet em casinha. Agora, acessando donde der, não sei. Se demorar, não é por que desisto. Por outro lado, é o tempo em que as coisas vão se ajeitando aqui dentro, pois que senão terei de mudar o nome do blog para Melancolices...

segunda-feira, abril 15, 2002

hoje, sem saber o que escrever. Mas resolvi muitas coisas de sábado pra cá. fora o "estranho", todo o resto vai passar, ah se vai, e aí eu vou me sentar nesta cadeira em que me encontro e vou escrever:

Feliz. Como escreveram uma vez pra mim; "mas, nada não, a vida é boa demais!!!". Feliz com meu jeito de falar, com os meus brincos que parecem novos todo dia, com meu velho, surrado e companheiro tamanco, com a minha cabecinha boa...

Tudo isso vai se resolver, eu sei que vai, sempre se resolve. A gente só sofre para não morrer sem sofrer. Mas, no fim, é findo todo caso.

sábado, abril 13, 2002

Cansada. Como escreveram uma vez pra mim; “é uma tristezinha, um banzo da vida, uma vontade de não ser”. Cansada da minha voz, da zuada dos penduricalhos do brinco, do arrastado do tamanco, de habitar sempre a minha, e só a minha, mente. De ter sempre os mesmos preconceitos, os mesmos medos, as mesmas dúvidas, as mesmas vontades. Cansada de olhar e não saber. Não saber o que quero. Se quero. Se devo. E se ainda quero. De encontrar e as mãos tremerem suadas. De sorrir sem motivo. De distrair. De não ter coragem. De respeitar. De te querer bem sem você saber. De não saber onde vai dar. De pensar que deixei tudo escapar. De não ter certeza se deixei tudo escapar. De não ter certeza do que era o tudo. De não ter certeza de nada. De ter vergonha. De sentir culpas. De não poder. De não ter conserto. De não ter remédio. De não ter juízo.

sexta-feira, abril 12, 2002

Tava aqui olhando... tudo meu é estranho. Tudo no mundo eu digo que é estranho. Ainda vou escrever minha autobiografia: "As Coisas do Estranho." Sobre tudo o que é estranho pra mim....
hoje, sem querer pensar. Tá assim, sem querer sair de mim. Mais de fora pra dentro que de dentro pra fora. nada não. É assim mesmo. Tem dia que a gente precisa ouvir mais que falar. E é bom ouvir quando se está assim. É o que resolve o peito. O peito estranho que tem cada um de nós.
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

quinta-feira, abril 11, 2002

mandacaru quando fulôra na seca
é o sinal que a chuva chega no sertão
toda menina que enjôa da boneca
é sinal que o amor já chegou no coração
meia cumprida não quer mais sapato baixo
e um vestido bem cintado, não quer mais vestir gibão

de manhã cedo já tá pintada
so vive suspirando sonhando acordada
o pai leva ao doutor a filha adoentada
nao come nem estuda nao dorme nem quer nada

mas o doutor nem examina
chamando o pai do lado lhe diz logo em surdina
que o mal é da idade e que pra tal menina
não existe um só remédio em toda medicina

ela so quer so pensa em namorar
ela so quer so pensa em namorar

quarta-feira, abril 10, 2002

Sociedade... não sei o que deu nas pessoas para elas inventarem isso. Ter que ser linda. Ter que comer todas que quiserem ser comidas. Ter que ser conveniente, e coerente com a sua idade, diga-se de passagem. Se é mulher deve-se isso. Se é homem aquilo. Se é rico. Se é pobre. E pra todo mundo em todas as situações tem sempre alguma coisa que se deve ser. Até ter um estilo próprio e diferente se deve ter para você poder ser aceito na turminha dos estailes diferentões e originais. Tudo isso é um grande saco. Nunca deviam ter inventado nada. Nem a escrita. Nem nada. Não deviam era ter mexido na terra. No mar. Nos rios. Na camada de ozônio. Nas árvores. Nos outros bichos. Não deveriam nunca ter tido a petulância de mexer em nada no mundo. Toda a tecnologia "de paz" - por quê existem outras que suprem as ambições imbecis de uns putos de uns infelizes por não terem entendido nada direito da vida ainda. É isso que são as armas e todo o arcenal das grandes potencias. - vem pra resolver no mundo a falta que o mundo faz.

terça-feira, abril 09, 2002

gostaria de saber por quê que esse quadrado laranja aí --> que tem o meu e-mail, tá por cima do texto... agora que eu tô vendo essa novidade... isso é que dá não saber fazer página, a gente fica dependendo dos formatos dos sites já existentes e é essa m_ _ _ _ aí --->

Grrrrrrrrrrr...
Hoje me deparei com um problema que eu até já havia me atentado, mas não tinha dado conta ainda da gravidade... o que é que eu vou fazer da monografia? Eu to morrendo de medo… o quê que eu vou fazer? O quê que eu vou fazer????????
E o pior é que eu queria fazer, se não fosse esse negocio dos contos de fadas, alguma coisa a ver com literatura, mas o que??? Livro é bom é pra ler e não pra ficar na frente de um bando de gente falando coisas e mais coisas que não precisam ser ditas. Livro é bom pra gente ler sozinho no quarto deitado na cama esquecendo do mundo inteiro, é bom pra você ser outra pessoa, morar em outro lugar, fazer outras coisas diferentes, é bom pra não fazer nada, só ler e pronto. Ler e esquecer que o prefeito daquela cidade esta seqüestrado, que a gasolina vai aumentar alguns tantos por centos, que ta chegando o natal, a páscoa ou o dia das mães, que você é quem você pensa que é, ou que você não é quem você pensa que é. Ele e bom pra fazer você esquecer de tudo e é o única coisa em que eu me concentro de verdade, onde me deixo ficar totalmente envolvida por alguma coisa, por aquela historia, podendo “a casa cair” que não vou ouvir. Gosto além do prazer da historia em si, do prazer que essa sensação me dá, de está e não está, de ser e esquecer, de não ser. Não entendo nada de literatura, não entendo nada de nenhum escritor, nenhuma vertente literária, aliás, na verdade, não entendo de nada, tenho constantemente a impressão de que nasci sem talento intelectual nenhum e vou ser dona de casa, ter os cabelos nos bob´s, colher de pau nas mãos e três filhos gordos e prepotentes. Mas também, o mundo às vezes cobra da gente função demais, aliás, por quê que a gente tem que ter função no mundo? Acho um saco isso. Não tenho noção do que eu vou ser “quando crescer” se é que eu ainda tenho tempo pra não saber de alguma coisa. Outra realidade: não quero fazer monografia. Acho um saco ter que fazer essa porra dessa monografia. Tenho vergonha, muita vergonha de apresentar e tenho certeza que vai ficar um trabalho porcaria.
Não tenho idéia alguma do que fazer. Não tenho idéia alguma do que vai ser da minha vida. Acho que vou pegar minha trouxa e me mandar pro rio de janeiro ou pra são Paulo e tentar ser atriz. Daí eu malho bem muito fico bem linda e gostosa pouso (e assim mesmo “pouso”?) umas duas vezes para a playboy fico rica e volto pra cá e fico escrevendo umas besteirinhas aqui, fazendo uma pecinha acolá, estudando semiótica pra me divertir e lendo meus livrinhos. É, ai eu vou ter dinheiro para ser intelectual e viver do saber… ou então me mando pra Noronha com passagem só de ida, me apresento na sede do ibama, vou ser guia turístico, gari, lavadora de pratos de pousada, assistente de assistente de câmera da TV Golfinho... o que for, qualquer coisa que me permita viver naquela ilha maravilhosa, de sol e sal e sem pensar em mais nada...
Não sei. Tô louca da minha cabeça hoje…
EU TENHO UMA HISTÓRIA!!!!!!

segunda-feira, abril 08, 2002

Sei que todo mundo já ouviu falar - principalmente na época do terceiro ano - no Manuel Bandeira e no famosíssimo poema "Vou-me embora para passárgada", mas acho que ler, uma parte dele que fosse, seja por falta de livro, ou por falta de saco, ninguém leu. Nem eu. Rodando aqui na net, encontrei ele e achei tão engraçado...


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de burro Brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei Banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar Histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem de tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide a vontade
Tem prostitutas bonitas
Pra gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas Triste de não ter jeito
Quando a noite me der
Vontade de me matar
-Lá sou amigo do rei-
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou me embora pra Pasárgada.

Pegar carona nessa calda de cometa. Ver a via láctea, estrada tão bonita. Brincar de esconde-esconde numa nebulosa. Voltar pra casa em nosso lindo balão azul...
Todos já sabem a essa altura do campeonato. A Ully foi embora... hoje eu estou triste, muito triste, muito triste, triste mesmo, mesmo, de verdade.

ããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããã... eu quero a minha preta...!!!!!

domingo, abril 07, 2002

oi. Hoje eu não estou a fim de escrever. Tô achando a vida meio um saco. Deve ser que já está em tempo de ser meio bocó.

sábado, abril 06, 2002

Um forrozim do véio Luizão prajudá a levá a vida...

Vem morena pros meus braços, vem morena vem dançar
quero ver tu requebrando, quero ver tu requebrar
quero ver tu remexer o resfolego da sanfona até que o sol raiar

Esse seu fungado quente nem no pé do meu pescoço
arrepia o corpo da gente faz o veio ficar moço
meu coração de repente bota o sangue em arvorôço

Esse teu suor sargado é gostoso e tem sabor
pois o teu corpo suado com esse chêro de fulô
tem um gosto temperado dos tempêro dos amô

Chega. olha. ri. pede. dou. escreve. respondo. escreve. respondo. pede. nego. pede. ligo. liga. ligo. quer. fujo. pede. vou. quer. rouba. gosto. vai. fico. espero. demora. escreve. respondo. espero. demora. escreve. respondo. duvido. digo. responde. pára.
volta. liga. ligo. pede. vou. ligo. atendem. desligo. paro. liga. pede. ligo. diz. diz. diz. acredito. some. enganei-me.
Tô começando a gostar desse negócio de blog. Entrei num em francês de uma menina que desenhava manga. Muito irado.

sexta-feira, abril 05, 2002

Tem umas coisas na vida da gente que a gente não entende, não é? Hahaha, muito engraçado. Fosse antes... nem sei como estaria agora. Muito deprimida, talvez. Morrendo de ódio sem necessidade. A gente deixa as pessoas tirarem ódio da gente muito fácil, por muito pouca coisa. E o mais engraçando é que isso seria muita coisa, e o é, mas aqui dentro tá tão diferente, uma vontade vigiada e calma. Atenta. São os velhos clichês de remar contra a maré, dar murro em ponta de faca, água mole pedra dura tanto bate até que fura... mas não, não é isso não. É aquela coisa de... valha, não me vem palavra na cabeça, nenhuma, nem que seja uma que fique mal colocada... Mas é isso. Serve para eu ir me acostumando de que foi tudo mentirinha. Brincadeirinha. Nada não, eu nunca acreditei mesmo... é pena, mas tanto faz e vai ficar nessa história estranha, indefinida, uma quasehistória falsa e articulada. Tentei mudar a minha opinião muitas vezes, mas é o que ela é, uma quasehistória falsa e articulada, e mudar de opinião tornaria equivocado o meu entendimento do mundo. Pensando bem, é uma quasehistória tão boa, deixa equivocar, né, eu não vou entender nunca o mundo mesmo...
Que pena que você não me quis
Não me suicidei por um triz...
Pessoal, vocês não sabem a emoção de estar enviando um cartão de dia do beijo ouvindo Raimundo Soldado...

Domenico, essa é pra vc :

"Quando eu chego
Voce vem me encontrar
Me aperta e me chama pra dançar

Vou abraçando voce
vejo o seu jeito de olhar
dou mais um passo à frente
pra nós dois se agarrar"

HaHahAhahA...

quinta-feira, abril 04, 2002

Poema da Ternura

Se Tu fosses humano,
as minhas mãos
viveriam tecendo
carícias e sedas
para te darem trajes prodigiosos
de lenda…
se Tu fosses humano,
os meus olhos andariam acesos,
noite e dia,
e tão postos em Ti
que brilharias todo,
como quem se houvera corado
com o sol…
Se tu fosses humano,
a minha seria
fruto para tua sede,
música de amor para o teu sono,
festa da Consolação
para a tua tristeza…
Se Tu fosses humano,
eu seria o teu brinquedo
de criança,
as tuas armas
de guerreiro,
a flauta em que a tua velhice
louvasse o próximo cerimonial
da Morte…
Se Tu fosses humano,
Ó Eleito,
Eu seria tudo, a tua vida…
Mas eu não sou nada…
Eu não sou nada mais
Que esta aniedade impossível de ser


Cecília Meireles

É tão estranho, os bons morrem jovens...

quarta-feira, abril 03, 2002

Mais legal que escrever é observar as palavras se desenhando no papel ao escrever. Tenho sempre a impressão que elas estavam lá desde sempre. Só não dava pra ver por estarem cobertas de pó. É só tirar o pó que há no papel para elas aparecem independentemente da minha ou da sua vontade.

terça-feira, abril 02, 2002

Hihihahihaha...

Acho tão bom quando eu to assim, levinha, sem peso nenhum do mundo nas minhas costas...

Vocês se lembram dessa?

Se tem
Bigode de foca
Nariz de tamanduá

Também
Um bico de pato
E um jeitão de sabiá

Mas se é amigo
Não precisa mudar
É tão lindo
Deixa assim como está
E eu adoro, adoro
Bom mesmo é a gente se amar...

e pra terminar hoje. Tenho quase certeza, mas não pode. Me nego a acreditar que tenha sido tudo mentira...
É... não estou com vontade de pensar sobre o mundo hoje. Nem da minha visão mais que ocidental de mal e perda que é a morte. Estou com vontade de nem ligar pra nadinha dessas coisas. Tô com vontade de coisas levinhas. Tipo esse poeminha do Osvaldo Duarte:

Namorados

Quem passa na praça
se abraça,
e acha graça
de Neneca Rebeca & Luiz Bandolim.

Dizem serem pombinhos,
na verdade são patos
pois quando se beijam
é um estrondo
um desacato:
tlaco-tlatlaco-tlaco.

e se brigam...
ah! é o maior currupaco
que barato!

Neneca Rebeca & luiz Bandolim.

E onde eles vão
lá vai dona Nina
vigiando & falando:
ai de mim, ai de mim.
Ø

Quer ouvir uma coisa realmente infantil?

O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem.
O tempo resopndeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo tem.

segunda-feira, abril 01, 2002

Sei de uma coisa. O mundo é muito estranho.
Não entendo por quê que a vida tem de ser assim. Não entendo por que regrar coisas que deveriam ser ..., nem sei... Gente, a gente vai morrer!!! Pra quê complicar as coisas? Deixar de viver uma coisa por causa de outra, deixar de experimentar, de sentir, de vivenciar... Por que tudo tem que ser assim tão complicado? Por que? Parece que ainda não saí da fase dos porquês, mas é que quando a gente vai vendo o quanto a vida é contraditória e estranha não há o que fazer senão perguntar os porquês das coisas do mundo, mesmo. Por que as pessoas ficam girando em torno de assuntos mesquinhos e banais se a grande coisa do mundo é o próprio mundo e o simples fato de existirem coisas. Pra que regrar a única vida que se tem notícia de existência concreta, e encher essa vidinha de obstáculos, de problemas, de crises, de medos, de ambição, de superpotencialismo, se na verdade o destino de um é o mesmo destino de todos os outros. Perder esses poucos anos de existência nessa terra, nesse lugar, nesse plano ou o que quer que isso seja, nessa joça que achamos nos encontrar, com picuínhas, com impasses, com problemas, com industrialização, com desenvolvimento, com etiquetas, códigos de leis, boas maneiras, ciúmes, inveja, vingança. Acho que o próprio mundo deveria deixar o mundo se amar. Esse negócio de posse de bens, de pessoas, é o que estraga o mundo. Sem nenhuma alusão a teorias socialistas, marxistas, comunistas, nem conheço elas, isso são as coisas que estão engasgadas em mim nesse momento, se vieram de lá é porque essas idéias já estão no inconsciente coletivo. Pois é, hoje dei para não entender as coisas, nem sei se com isso estou buscando entender. Talvez não queira entender mesmo esse mundo. Acho que quem não entende vive um pouquinho melhor e mais feliz. É isso, prometo a mim mesma neste exato momento que vou fazer o possível para não entender o mundo. Que ele continue sendo uma coisa tão incompreensível quanto a morte e o meu coração.
Não entendo essa minha dificuldade para me desfazer das coisas. Tenho tudo guardado, bilhetes, cartas, cartinhas, declarações de amores passados, cartão de natal, de aniversário, de primeira comunhão, o adesivo do ovo de páscoa, capas de caderno, folhas do caderno, cadernos, e-mails, presentinhos tipo, conchinha, marcador de livros, lacinho de embalagem, embalagem, cartelinha de adesivos, essas coisas que ficam nos remetendo ao passado. Fico pensando o porquê disso às vezes. Tem um lado que acho legal que é o de ser a minha história, essas coisas pra mim poderiam funcionar como documentos históricos que me evitam esquecer de fatos e pessoas que não estão mais muito presentes na minha vida, as datas, as horas estão nesses documentos e é bom poder visitar o meu passado de vez em quando, quero tentar dar conta pelo menos da minha vida toda. O outro lado disso está íntimamente ligado com o primeiro mas é diferente na maneira de ver. É o lado melancólico do já passou. Sei que tenho problemas quanto a isso. Sei que tenho dessas coisas de ficar remoendo os acontecimentos até não poder mais, de tentar estender esses momentos o quanto posso. Sei que não é normal, devo ter algum problema psíquico, ou lucidez demais, mas de qualquer forma não é muito normal. ... Pensando bem, o quê que é o normal? Se acostumar com a idéia de que a vida vai passar voando e mais rápido a cada dia e que daqui a uns dez anos vou estar conformada e com filhos esperando por mim para dizer-lhes os porquês que nem eu mesma sei? É se acostumar com a idéia estranha de ter que se ter para poder viver, quando tudo já está aí, de graça e disponível na natureza? É ter que se acostumar com o passar das coisas, dos dias, dos verões, e achar tudo normal, que a vida é assim mesmo e que não adianta se perguntar, ou ir de encontro às coisas? É ir de encontro às coisas somente por achar que elas não deveriam ser assim e cometer o mesmo erro de quem se acomoda com tudo?... Não sei.