segunda-feira, abril 08, 2002

Sei que todo mundo já ouviu falar - principalmente na época do terceiro ano - no Manuel Bandeira e no famosíssimo poema "Vou-me embora para passárgada", mas acho que ler, uma parte dele que fosse, seja por falta de livro, ou por falta de saco, ninguém leu. Nem eu. Rodando aqui na net, encontrei ele e achei tão engraçado...


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de burro Brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei Banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar Histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem de tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide a vontade
Tem prostitutas bonitas
Pra gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas Triste de não ter jeito
Quando a noite me der
Vontade de me matar
-Lá sou amigo do rei-
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou me embora pra Pasárgada.

Nenhum comentário: