segunda-feira, julho 01, 2002

um negócio estranho, no meio da garganta mas maior que ela. outro, ou será o mesmo?, nas juntas ombro-braço atrapalhando eu levantar e baixar. na barriga, como se fosse um motor revirando tudo assim vrooommm, vroommm. sabe assim, um corpo todo sacodido, que não achando canto inventa de mexer um pouco os dedos com o que não sabe o que tem na cabeça. e não sei mesmo. faz tempo que não sei o que tenho na minha cabeça. e quer saber? nem vou atrás de saber. só sei que agora estou assim, com os dedos coçando pra mexer até até as seis. depois das seis? sei lá depois das seis. nem agora sei, avali daqui a uma hora. acho que depois das seis vou fechar a sala, dar alí tchau pra luíza e pegar o elevador no fim do corredor. quando ele chegar lá embaixo vou andando até a esquina dou tchau pra moça lá do Sorvetão e vou até a outra esquina pegar o carro. aí vem a dúvida, pra onde eu vou agora? aí pego, vou voltando pelo caminho que volto sempre morrendo de vontade de ir bater na primeira fronteira que chegasse. parece coisa de fugir. mas acho que né não. é que isso aqui é muito tédio. o que não é tédio é muito complicado, complicado de mais e tenho medo de ser tão complicado assim. queria e não queria que hoje tivesse Varanda. queria um monte de coisas. queria que de repente todo mundo desaparecesse. queria ficar trancada num supermercado e comer até abrirem no outro dia. queria que o mundo não fosse tão perigoso e a gente pudesse morar numa barraca na praia. ou pelo menos ir dormir lá algumas vezes. queria poder me transformar em animais. queria ser grande. queria ter as pílulas de encolhimento do chapolin colorado (é de encolhimento mesmo?). queria me ver de fora, como eu posso ver todas as outras pessoas, menos eu. queria me achar mais elegante e menos enrolada. queria sapatear.

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