sexta-feira, agosto 02, 2002

as pessoas ficam sem saber o que fazer, sem saber o que dizer, como reagir. preocupadas comigo e sem entender a minha "carinha boa". não conseguem entender como fico como se não estivesse acontecendo nada. mas o que está acontecendo? não é extamente nada! não é por causa do nada que as pessoas procuram em mim alguma reação catastrófica e exagerada? não sei. só sei que as pessoas que gostam de mim ficam às voltas pela casa fazendo perguntas tangenciais, uma semi-cara de enterro quando falo qualquer coisa relativa "ao nada", me contando sempre uma "novidade excepcional" que passou na televisão ou no rádio, lembrando coisas de quando eu era criança e era a criança mais linda para a minha mãe, comentando a roupa da vizinha que acaba de sair paa a hidroginástica, o filme que vai passar, da promoção do batom da revista. acho que para, em vão, ajudar o tempo a passar pra mim. e fazem seis dias que foi sábado. e fazem seis meses que são seis dias. e onde quer que eu vá. e o que quer que eu faça. não consigo deixar de fazer cálculos. não consigo deixar de morder a bochecha. não consigo parar de perder o olhar. e por mais que eu tente o tempo só empanca, trava, tranca. e por mais que eu queira desesperar eu não consigo, assim, pra todo mundo. nem sei se consigo pra mim. tô achando tudo muito ridículo. tenho essas coisas de achar coisas assim ridículas. as dos outros, lógico. quando é com a gente o bicho pega. mas desta vez até a minha história tá com a maior cara de novela mexicana de quinta. saco. só sei que passar o tempo não passa.

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