quarta-feira, setembro 18, 2002

Era uma vez um menininho chamado Tatá. Bem, não era esse o nome dele, provavelmente. A mãe dele deve ter escolhido um nome bem bonito pra ele, tipo Tarcísio, alguma coisa assim. Mas como menino de colégio é uma danação só, resolveram chamar ele de Tatá mesmo. E Tatá até gostava bem mais que de Tarcísio. Enfim, era uma vez ele.

Um belo dia, estava Tatá muito bem sentado na sua carteira assistindo sua aulinha de matemática. De uma hora para outra começaram a aparecer umas pessoas fantasiadas de congadeiros. Todos dançando e balançando as fitas coloridas nas pontas do chapéu. E lá vai ele deixando-se levar pela música e pelas cores. Encontra o avô, batem um papo e segue dançando e cantando. Aí, que de repente, um grito esganiçado, "Senhor Tarcísio (digamos que seja Tarcísio), posso saber que animação é essa? Já para a coordenação". Resultado, o pobre do Tatá teve que fazer uma redação de 50 linhas sobre... é... A Importância do Silêncio.

E lá vai Tatá, em frente a janela, de lápis e papel na mão, tentando encontrar alguma importância para o silêncio, quando, de repente (de novo. sempre de repente), passa um carneirinho fugindo de um lobo lá no céu. Dessa vez Tatá pensa duas vezes. Coça os olhos, sacode a cabeça, "Era mesmo uma ovelha que eu vi voando?". Era. E fugia e era sério o problema dela. Lá de onde ela vinha ela era a única que ainda falava.

Bom depois disso esta tal ovelha e um tal papagaio chamado Do-Ré-Mi-Fá levam o coitado do Tatá pro tal do Reino do Calajá. E ele teve que bancar de herói com ajuda de uma dupla de sapos seresteiros entrando na boca da noite e subindo uma escadaria encantada pra salvar a princesa que também era fada. Bom, bem, o fato é que Tatá deveria estar mesmo era lá na coordenação fazendo a tal redação e que ele só tinha até o fim do recreio pra fazer. E eram 50 linhas.

Dizem que Tatá volta de Calajá - que depois de liberada aos sons mudou de nome. Calajá não fazia mais sentido - se despede da ovelhinha fujona, que é quem o traz de volta, e, a primeira coisa que ouve, é a sirene. Depois a porta abre e ele pensa "Morri!". Mas que nada, uma coisa estranhíssima tinha acontecido. Ele olha pro papel e quase não acredita, tinha uma história inteira lá.

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