sexta-feira, abril 11, 2003

É um parto duro, esperado, difícil. Mas uma hora, pode demorar, mas eis que a bolsa rompe. E vai-se fluindo tudo que tínhamos preso durante meses dentro nós, tudo o que fomos elaborando, cultivando, começa a jorrar com tamanha força e vontade, assumindo corpo e tomando vida própria. Ainda dói, ainda pensamos que não vamos conseguir, ainda há muito suor e sangue a ser derramado, mas não dá mais pra voltar atrás por que o processo já começou. Vamos vendo a primeira partezinha de nosso filho saindo de nós, mesmo que seja para alguns um filho indesejado ou um depois de algum aborto, e isso vai nos dando motivação e permitindo planos para o futuro. Ainda é tudo confuso e precisamos dos diagnósticos para saber se está correndo tudo normal com ele e conosco, mas ao mesmo tempo vamos sonhando com o primeiro sorriso, com a primeira palavra, com o primeiro ano. Vamos ainda antes de vê-lo imaginando como vai ser o seu rosto, se vai ser amável, doce, ou se vai chorar muito durante a noite. Ele vai nascendo, ora rápido demais, ora tão devagar que pensamos que alguma coisa deu errado e que não vamos conseguir tê-lo, mas depende mesmo é de nós, se quisermos ele nasce.

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