sexta-feira, maio 02, 2003

E a luz que entra da janela evidencia a minha ruga precoce. E as minhas espinhas retardatárias. E as eternas olheiras e o olho que é maior que o outro. Aos vinte e um, penso que envelheço muito mais rápido do que deveria. Pior, lembro que penso sempre que nunca vou me ver velha em alguma superfície refletora. Mas nem é hora para o medo nem para o sonho. Deixo de sonhar o futuro também, porque o mesmo espelho que reflete um caco humano, reflete a vontade de juntar alguns cacos da humanidade. Mas não é hora mesmo, nem de caco nenhum. É hora de presente. Não de presentear, muito menos de se fazer presente. Na realidade no meu presente tenho que me fazer ausente. Até mesmo de meus medos e meus sonhos.

Agora, neste exato instante dentro do meu presente, uma sensação tátil que me foge.

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