terça-feira, maio 13, 2003

Hoje li, no começo em homenagem a Carol (para falar a ela sobre a Ana T), depois, por mim, mesmo, pela septuagésima octogonésima vigentésima quinta vez, Ana e Pedro. Lembei que passei anos tentando, procurei endereços de desconhecidos, tentei com o Igor, amigo de Brasília, mas não dava certo. Não eram (ou éramos) pessoas tão interessantes. E aí o Pedro do livro diz “Pedro é um sonho bonito de Ana”. E eu me lembro que na infância, não sabia o que era ser um sonho bonito de alguém, dirá ter alguém para sonho bonito. Hoje tenho. E não tá dando. Porque é bonito mas é sonho. Só sonho. E não manda cartas. Tive saudades do colégio. Das pessoas. Das despreocupações. Saudade do que eu planejava. Saudade do que eu não tive. Saudade de contar com o um na escritura da idade. Saudade de ter saudade do futuro que era só brincadeira. Saudade de mim lendo aquele livro. Do que eu pensei. Do que eu sonhei. Saudade do tempo que não tivesse passado nunca. Que ainda fossem salas de aula brancas e corrida de carteiras. E de inexistir no mundo. Saudade de não ocupar nenhum lugar. Saudade muita, de tudo, como nunca tive e pensei nunca ia ter. Principalmente da história que nunca houve. Saudade tanta que dói.

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