domingo, junho 15, 2003

E ele olha com aqueles olhos cor de não sei o quê não sei pra onde. Longe. Mas não são questões, porque isso ele não tem. Não assim, com todos os infernos de consciência dela. Vai ver é porque é de libra. Os de libra, dizem, são assim, de paz, e só isso, só paz. São estranhos. Paz por paz assim como se fosse uma coisa que se tem e pronto? Ela não entende. Nem tenta mais. Não se importa mais tanto em entender desde o dia em que ela descobriu que não era só ela que não entendia. Mas as vezes ele põe uns olhos de questões. Não nela, por mais que ela desejasse que fosse. Não no mundo, por mais que ela ficasse felicíssima se um dia descobrisse que era para o mundo aqueles olhos. Procura alguma coisa num não sei onde que ela não sabe nem se é um lugar e por instantes tão raros e tão rápidos que ela não tem como analisar. Mas fica no olho dela aquele olho e aquela dúvida. Aquela cor de mistério. Mas libra não tem mistério. O único mistério que ela vê em libra é a forma como eles têm paz. Aquilo é mistério pra ela. Mistério e inferno.

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