sexta-feira, junho 04, 2004

E eu fico pensando que hoje em dia é meio moda zombar do amor. E ele não faz por onde? Claro que faz. Justo como se ri da embriaguez, da lombra, da queda, do engano do outro e às vezes do prório. É que esse negócio de amar é meio ilógico. De querer. Já viu? Eu quero você. Que frase mais estranha. E um sufôco vazio no peito que treme a carne e nos leva os pensamentos. Um corpo todo sacodido. Dá muito trabalho essa coisa de ter vontade de alguém. E investimento a fundo perdido, pois todos sabemos que uma hora passa, acaba. E aí? Para que diabos foi aquilo tudo? E quem quer saber? É difícil falar desse enlouquecimento quando se está perfeitamente são. Mas eu adimiro quem está a enlouquecer. Francês não está me fazendo bem, avec ses douces mots d'amour. Eu andava zombando do amor, e muito. Achava que era tudo pra passar e que quando passasse não sobrava mais que uma chama branda de banho maria. E não passa de mais que isso mesmo. Acontece que zombar do que se quer é inveja. E inveja feia. É também estatística que ninguém mais se apaixona.

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