sexta-feira, outubro 08, 2004

Eu tô boa de aparto. Tá ficando bem fácil esse negócio de se desfazer das coisas. De deixar a festa quando ela não é minha. De entender quando eu não ganhei (ou, quando eu não ganhei o que eu esperava ganhar). Tenho conseguido fazer reparos, também, mesmo que sejam reparos como os que fazemos nas árvores quando estas têm galhos podres. Ainda assim, reparos. Até dos bilhetes, eletrônicos, na maioria, mas ainda assim bilhetes, que perduravam séculos rondando a minha pena de apagá-los. Hoje os bilhetes saem porque outros entram, nem mais lindos, porque seria hipocrisia e ilusão pensar assim, mas outros, hoje, mais meus. A vida vai engraçada, não chora mais em comédia romântica, diz que tá curada. Vai à praia, perdeu já duas calças da cintura mais magra. Dia 15, mesmo que não apareça o nome na tal lista, não importa, fez-se a parte. E tem estado imensamente mais forte. Estranho isso até, porque já achava que era forte o suficiente pra tudo o que quisesse fazer. Era nada. Nem sou ainda, não me engano mais. A ausência ainda me ronda, como um fantasma agourento, mas hoje eu tenho provas de que é possível estar perto quando se está longe, e que pode-se estar ao lado e a quilômetros de distância. Hoje sei mais que nunca que eu não errei, que eu não estava enganada, que o que eu imagino existe. O resto eu deixo para as retrospectivas de fim de ano. Aida é muito cedo.

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