terça-feira, abril 12, 2005

Em Delfos tinha um oráculo. E era fácil porque as pessoas iam se vivendo despreocupadas pois sabiam que, na hora que quisessem, o oráculo estava lá, para dizer do que ia ser. Em Fortaleza, ou em qualquer outra cidade que não habite a mitologia, os nossos oráculos frágeis menos que encerrarem-se em instituições escancaradamente falhas são mesmo presos de nossos próprios pensamentos do que virá a ser. E continuamos com um olho virado só para dentro, ou dois, como também com o olhar que lhes cabe, também quase sempre falho, também quase sempre viciado no equívoco ou na surpresa boa do que comumente chamamos acerto. Como uma carta que se tenta, inutilmente, não perceber já marcada no baralho.

Não, sem um oráculo a gente não sabe. Presume, aposta, deseja, escolhe, mas saber, não sabe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Reflexivo