quarta-feira, novembro 16, 2005

A menina naquele dia pensava para que serviam os momentos de não fazer nada. E formulava teoremas complicados que sempre deixavam falhas. Pensou também no que diziam os gregos sobre o corpo e a mente, ou um ou outro, pra eles, e era bem verdade, às vezes. Pensando na saudade do ócio que já tinha até aprendido a fazê-lo produtivo. Do ócio e da auto-suficiência. Era uma qualidade nela, a auto-suficiência, ainda que não fosse exatamente real. Saudade de quando andava pela rua escolhendo os ladrilhos amarelos sem saber onde ia chegar. Mesmo que chegar também lhe traga alguns prazeres. Talvez disso não seja nem saudade, seja medo de não saber mais andar sem saber onde vai chegar, e ela quer saber é de tudo. Quer poder é tudo. Não quer ser daquelas pessoas que medem as ações na balança, mas também não quer mais jogar todas fora e ser sempre vã ou filantrópica. Quer manter os prazeres gratuitos, mas não quer não poder pagar pelos caros. Ainda mais porque tem pressa, e nesse ponto, o tempo perdido incomoda demais. Pensando nas facilidades, que devem ser sempre desconfiadas. E na capacidade que ela tinha de refazer o seu mundo inteiro, bastava que precisasse, e em como era egoísta essa sua faculdade. E ainda, em quanto eram repetitivos esses seus pensamentos.

2 comentários:

Anônimo disse...

ah essa menina!

________________o_______________


é um abraço.

(hercília) disse...

tá tudo bem com tu?