segunda-feira, janeiro 16, 2006

- Não.

Porque é assim que começam todas as histórias?

- É que...

E continua, sempre, desnegando as coisas.

Busca uma forma, uma composição quem procura vênus no céu e fica em dúvida, quase sempre, entre aquelas duas estrelas que anoitecem antes das outras.

A mesma coisa sobre quem vê em nuvens elefantes, anões, navios. É uma arte essa de dar forma às nuvens. E, ao contrário do que costumam dizer, não passa com o tempo. Muda, mas não passa.

O que passa, estática, é a imagem na meia janela do ônibus que fede a pressa.

Eu pensava essas coisas enquanto voltava para casa. E em muitas outras: eu não consigo acompanhar o fluxo das associações de meus devaneios tolos. Devo ter refletido um pouco mais sobre a minha infãncia e os níveis de poluição entre a nuvem-elefante e a ladainha rachada do sacolejo do coletivo. Mas creio nenhuma delas ter alguma importância agora.

O ônibus é uma cidade confinada.

2 comentários:

Caio M. Ribeiro disse...

Como quem checa:

"Clarice...?"

[]'s

Anônimo disse...

que lindo!