quarta-feira, março 12, 2008

hoje o céu estava mais cinza que em todos os outros dias. tinha o mesmo verde nas janelas ligeiras, os mesmos vagares, mas hoje, o corpo estava mais condoído de si mesmo, o pensamento - sem que isso configure uma espécie de oposição - longe, martelando batucadas estranhas, preso a três ou quatro frases que levavam a três ou quatro anos atrás e durante, a três ou quatro horas de fita cassete que diziam três ou quatro incertezas sobre alguns poucos anos que viriam e que eu não podia ver com tanta clareza tais fatos. tem horas, e isso eu já sabia, que a vida chama sem complacência, aliás, nem chama, avisa, e de pouco adianta a sabedoria primária de ver as coisas ainda como belas. existem dias negros, os verdes são propostas. mas existem as certezas, também, e algumas podem ser verdes.

a linha do tempo às vezes é uma linha dura.

2 comentários:

Anônimo disse...

"sonho no chão
e um dia
uma estrada
um estranho silêncio na rua
um estranho calado no homem
que passa por mim
toda manhã acredito nas histórias
em todas as histórias do mundo
(...)"

do lô borges, disco das botinhas.
nada mais belzonte.

c.

Luana Cavalcanti disse...

que nem pedra.