quinta-feira, maio 14, 2009

cacos

Sempre tenho um certo medo bastante compreensível quando meu corpo me pede para voltar a dançar.

Despertei de um cochilo no meio do dia, num sobressalto, iluminada, como se naquele instante soubesse exatamente o que era a morte.

Fecha a porta, morena, me sorri esses dentes mais brancos que o copo de leite, e abre somente as persianas da janela para que o sol pouse devagar em teus olhos amarelos.

Sabe, o espírito, ninguém diz, mas tem um tamanho, ocupa como eu e você, a água, o ar e o inferno, um lugar no espaço. Ele escapa, ele aperta, ele encolhe, ele expande, ele atravessa, mas não ultrapassa, salvo engano, na maioria dos corpos. Seu tempo tem bem mais de três ponteiros, que o regem como um cabresto, isto é o espírito. A paz do corpo, me parece, é quando ele cabe como um sapato de número certo.

livre para fracassar.

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