sábado, maio 15, 2010

Por que de volta, Hermelinda? Onde estavas? Pergunto e já de verdade não me importa. Onde estavas não me responda, apenas porque volta. Não há mais de três cadeiras, vês que não te cabes. E se trazes tanto frio, Hermelinda, é que quando chegas a ausência se faz presente como se pessoa fosse. Peço que voltes em silêncio, a mim não diga nada. Vens como se ainda não chegasse. Não ouço passos, círculos. Não ouço a bossinha de que gostavas. Os anos se passaram Hermelinda, vejo em tuas mãos. Andas agora pé ante pé, como se houvesse apenas uma linha no chão para todos os caminhos. Que te aconteceu? Ainda amas, Hermelinda? Então porque franzes a boca? E porque não dizes nada? Porque não te vais já que não te reconheço? Mas se acaso ficares, vê se te fazes presença leve e não me tomes o assento.