quarta-feira, junho 08, 2011

de tanto silêncio meu ele aprendeu
e tinha muito trabalho a fazer
além do mais, um mar gigante um céu
todo azul e aquelas moças oferecendo
biquinis amarrados nas nucas expostas
salgadas
morenas
quase morro, achei que era um filho
e não era, talvez um gato, um amigo
que chega de muito longe e traz sonhos
da esquina dizendo que o táxi passou do número
e havia uma padaria na
volta
então riu, quando ele ri percebo o tempo
os três juntos que é onde parece localizado
amplo e limpo, um riso vermelho e amarelo
como o leque aberto que forma a cidade
de onde veio -
e não era filho era um par como jamais
pensei que tivesse, dois nomes como textos
contíguos imagens em metades completando
uma tarde fria de fim de outono do outro lado do mundo
por trás da cortina
dentro da moldura
pressionando o nervo da parede até que ela fique com as mãos dormentes.

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