terça-feira, outubro 04, 2011

Prezado Sr Harley Andrade,

Gostaria de esclarecer algumas questões que aparecem bastante equivocadas em sua fala. Algo por si só incompreensível, pois o Sr deve ter por volta de uns 50 anos e no seu tempo de criança a escola pública de Belo Horizonte ainda era muito boa. Provavelmente sua educação deve ter sido de alta qualidade.

Em primeiro lugar, não se usa chamar alguém que você desconhece de mal educado. A sua professora deve ter te ensinado isso. O cidadão de Belo Horizonte não é mal educado, e se o é, apele para os seus colega das secretarias de educação, faça jus à competência que lhe depositam e contribua para resolver algum problema dos que se acumulam nessa cidade. O que o cidadão de Belo Horizonte parece estar sendo é, no máximo, conivente, pois ouvimos pronunciamentos como esse seu e não costumamos fazer muitas coisas. Nosso maior erro.

Em segundo lugar, você é pago para prever o público dos eventos que acontecem na Regional Centro-Sul de Belo Horizonte, não eu, ou os demais cidadãos de Belo Horizonte. Se você não foi capaz de prever os 57 mil cidadãos carentes de eventos gratuitos na cidade que você administra, peça desculpas a nós cidadãos que não conseguimos chgar ao local do evento, apresente um projeto prevendo aumento das linhas de ônibus para o locais dos próximos eventos, ria amavelmente na televisão de maneira que nos tranquilize e jure que jamais irá acontecer novamente. Sua professora deve ter te ensinado a fazer projetos, falta só a boa vontade de tentar resolver e a decência de assumir que não fez seu trabalho adequadamente. Ou melhor, que não vem fazendo seu trabalho adequadamente, pois qualquer evento nessa cidade (e especialmente na regional Centro-Sul) tem sido impossível.

Em terceiro lugar, acredito que na sua casa nem tudo você resolve com proibição. Por exemplo, quando sua filha quer ir pra uma festa, seu filho para um acampamento, sua mulher à promoção da M. Martam e você para algum Happy Hour na Pium-hi com seus outros colegas secretários, acredito que vocês tentam minimamente combinar as coisas, provavelmente você propõe a cópia das chaves de entrada do seu apartamento, aumenta o número de carros na casa (porque certamente sua família não utiliza o transporte púlico de Belo Horizonte, tendo em vista sua fala no Jornal O Tempo), ou algo assim. Imagino que se você proibir a todos de fazer o que eles têm direito de desejar vai dar problemas para você, sua família vai ficar irritada, vão parar de te respeitar e provavelmente não vão mais esperar por você para nada. Imagino igualmente que se algum de seus familiares escolher (arbitrariamente) que você não irá tomar a sua cerveja porque alguém tem que abrir a casa e que é você quem vai pagar o pato, não vai te deixar feliz, mas frustrado e revoltado.

Uma cidade é feita de pessoas como a sua família. Elas não gostam de proibições da mesma forma como você não gosta. Especialmente as proibições arbitrárias, intransigentes e higienistas que estão ocorrendo em Belo Horizonte, por pessoas que pensam assim como você. Acredite, não é um bom caminho. É muito melhor administrar pessoas felizes. Essa regrinha com certeza não foi a sua professora que te ensinou, mas a vida já devia ter feito você entender.

Lamento por você. Espero sua retratação no jornal.

Mirella Adriano.

http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=184039%2COTE

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