quinta-feira, novembro 10, 2011

Era loura. Tinha uns olhos azuis de partir o coração. Passava uma pintura preta na pouca pálpebra que tinha, e me intrigava, porque do pouco que entendo de perspectivas, isso deveria diminuí-las. Entretanto, nela acontecia o oposto, se lhe abriam, abriam um espaço como todo o universo ao redor do azul da terra. Falava português puxando um x, e eu sabia que em tudo me compreendia, mas punha uma cara de quem pensava em outro sistema: era sua habitual estratégia para me intimidar. Um dia ainda lhe digo, desvio meus olhos da imensidão dos seus e lhe digo: sua cidade vai ser sempre uma pequena revolta dentro de mim. E caso me pergunte, não lhe direi o porque.

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