sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Jakobson mostrou que um idioma se define menos pelo que ele permite dizer, do que por aquilo que ele obriga a dizer. Em nossa língua francesa (e esses são exemplos grosseiros), vejo-me adstrito a colocar-me primeiramente como sujeito, antes de enunciar a ação que, desde então será apenas meu atributo: o que faço não é mais que a conseqüência do que sou; da mesma maneira, sou obrigado a escolher sempre entre o masculino e o feminino, o neutro e o complexo me são proibidos; do mesmo modo, ainda, sou obrigado a marcar minha relação com o outro recorrendo quer ao tu, quer ao vous: o suspense afetivo ou social me é recusado. Assim, por sua própria extrutura, a língua implica uma relação fatal de alienação. Falar, e com maior razão, discorrer, não é comunicar, como se repete com demasiada frequencia, é sujeitar: toda língua é uma reição generalizada.

2 comentários:

Anônimo disse...

viva Jakobson \o/

Caio M. Ribeiro disse...

Aula neles!