quarta-feira, julho 12, 2006

quando os tempos são tão ásperos, duros, tesos, quando a vida chama pra parede, pro dó de si, pro e aí cabôca?, pro devoramento, quando a gente pára no meio do cruzamento de cem ruas, eu sempre penso no tapete do Aladdin.

quando o mundo tange, quando a hora range, quando os dias rosnam e mostram os dentes, quando os jardins despencam e as flores todas despetalam, quando caio sem querer na areia movediça sem direito a Münchausen, eu sempre penso no barco de Simbad.

E quando penso em todas as fadas desaladas, príncipes desencantados, nos sapos mal intencionados, nos nomes que arrepiam e ferem, nos reis e rainhas destronados e nas deusas desempedestadas, eu sonho cruzar as osferas.

Ou Greenwich.

3 comentários:

Suyá Lóssio disse...

o tapete do aladin é uma ótima!

gostei muuuuito desse texto! escreve muito, tu, querida!
=***

Anônimo disse...

conheço mais príncipes que viraram sapos que o contrário.

[greenwich é um nugar neutro no tempo; quase como a suíça]

beijos, lella.

Mirella Adriano disse...

greenwich é lugar pra cruzar.