terça-feira, maio 30, 2006
quinta-feira, maio 25, 2006
Azul Invisível
é na pele onde se guarda qualquer memória.
tem uma ilha no meu país. um dia fui lá. e eu andei às três e meia da manhã do centro de sua cidade à beira-mar. recebi saudações felizes e convites para dançar. e a luz era meia, naquela noite, e eu andava só, e nesse lugar podia.
nessa ilha o tempo é outro. acho que ainda é. e eu passava a mão no que sobrou de um dia que o chão teve muita zanga e quis queimar tudo, como se tentasse entender o centro do planeta. era diferente a água, a necessidade, o futuro e toda a alegria era outra.
e às vezes quando volto lá, chove no meu olho e penso em um jeito de poder ficar. ela é a minha terra do nunca.
tem uma ilha no meu país. um dia fui lá. e eu andei às três e meia da manhã do centro de sua cidade à beira-mar. recebi saudações felizes e convites para dançar. e a luz era meia, naquela noite, e eu andava só, e nesse lugar podia.
nessa ilha o tempo é outro. acho que ainda é. e eu passava a mão no que sobrou de um dia que o chão teve muita zanga e quis queimar tudo, como se tentasse entender o centro do planeta. era diferente a água, a necessidade, o futuro e toda a alegria era outra.
e às vezes quando volto lá, chove no meu olho e penso em um jeito de poder ficar. ela é a minha terra do nunca.
quarta-feira, maio 24, 2006
segunda-feira, maio 22, 2006
todo dia chove um pouco em meu peito. não chovia ali quando eu era criança, lembro bem disso. eu não duvidava, eu não escondia, eu nem temia, nem vertigem, nem ânsia, nem desejo de sonho. é pouco, mas esse pouco que chove todo dia acontece em mim que nem na minha cidade: é o bastante para ser muita coisa. me desabriga, me impossibilita, me bagunça, e não passa mais ninguém.
domingo, maio 21, 2006
sexta-feira, maio 19, 2006
quinta-feira, maio 18, 2006
Ele chegou descontraído. Chegou filosofando num tom de voz meio angelical, falando das coisas belas e das coisas simples, mostrando como o belo pode ser simples e o simples pode ser belo, explicando o fenômeno e a compreensão da agricultura celeste, do amor e do coração. Comovido lhe pediu que tentasse compreender. Agradeceu a atenção dispensada distribuindo rosas que colhia no ar.
terça-feira, maio 16, 2006
Cartas Contemporâneas
mirella, quem manda no mundo não manda na gente; quem manda na gente é o amor, as saudades, essas coisas de criança ainda, sabe, quem manda na gente é estar no topo do mundo e não estar feliz porque algumas pessoas estão só na lembrança, não nos acompanharam, ou estar feliz na miséria porque quem queremos está ali.
te garanto o seguinte: eu no céu você vai comigo, no inferno, te tiro de lá, entende?
te garanto o seguinte: eu no céu você vai comigo, no inferno, te tiro de lá, entende?
quinta-feira, maio 11, 2006
Ela gosta de uma tese.
E de ouvir uma cuíca.
Cheia de opiniões, ela.
A da cuíca é a de que o
mundo inteiro seria mais
bonito se sambasse.
Imagina escondido um
dia que seria sol no mundo inteiro
e que todo mundo aceitaria o molejo
e beberia cerveja quem soubesse beber
tocaria quem soubesse tocar
e sambaria quem quisesse sambar.
E esse mundão todo risonho e suado
ia dançar todo de dois
e ninguém pensaria em mais nenhuma coisa
porque sambar de dois exige concentração e dedicação.
Mas o mundo anda tão chato
que pensar num mundo em que todo mundo samba
não é bem politicamente correto.
Vai parecer que ela crê que todo mundo deveria gostar de uma mesma coisa
e corre o risco de ser processada.
E de ouvir uma cuíca.
Cheia de opiniões, ela.
A da cuíca é a de que o
mundo inteiro seria mais
bonito se sambasse.
Imagina escondido um
dia que seria sol no mundo inteiro
e que todo mundo aceitaria o molejo
e beberia cerveja quem soubesse beber
tocaria quem soubesse tocar
e sambaria quem quisesse sambar.
E esse mundão todo risonho e suado
ia dançar todo de dois
e ninguém pensaria em mais nenhuma coisa
porque sambar de dois exige concentração e dedicação.
Mas o mundo anda tão chato
que pensar num mundo em que todo mundo samba
não é bem politicamente correto.
Vai parecer que ela crê que todo mundo deveria gostar de uma mesma coisa
e corre o risco de ser processada.
quarta-feira, maio 10, 2006
É que é um trabalho lento e contínuo...
nossos olhares cruzaram
e eu pra te fazer a vontade
tirei fora o colarinho
passei a ser malandrinho,
nunca mais fui à cidade
pra gozar do seu carinho
na tranquilidade
e hoje eu faço parte da turma
no braço eu trago sempre o paletó
um lenço amarrado no pescoço
eu já me sinto um outro moço
com meu chinelo charlote
e até faço valentia
e tiro samba de harmonia.
e eu pra te fazer a vontade
tirei fora o colarinho
passei a ser malandrinho,
nunca mais fui à cidade
pra gozar do seu carinho
na tranquilidade
e hoje eu faço parte da turma
no braço eu trago sempre o paletó
um lenço amarrado no pescoço
eu já me sinto um outro moço
com meu chinelo charlote
e até faço valentia
e tiro samba de harmonia.
terça-feira, maio 09, 2006
segunda-feira, maio 08, 2006
quinta-feira, maio 04, 2006
Kaput
Sandália de couro morreu no samba.
Tamanco no samba não morre não?
Então cadê o samba?
Cadê os sambistas?
O samba morre sim, nem andianta pedir ao sambista mais novo.
as pessoas em Fortaleza então ficando velhas.
Tamanco no samba não morre não?
Então cadê o samba?
Cadê os sambistas?
O samba morre sim, nem andianta pedir ao sambista mais novo.
as pessoas em Fortaleza então ficando velhas.
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